(Aula I) Plano de tratamento
Plano de tratamento
global
·
Periodontia
·
Cirurgia
·
Endodontia
·
Dentistica
·
Prótese
Objetivos:
1.
Eliminação dos fatores
etiológicos (Biofilme, excesso de restauração, má higiene)
2.
Fechamento biológico das
bolsas periodontais (doença)
3.
Redução da mobilidade dentária
(muita perda de suporte)
4.
Retorno dos aspectos de saúde
gengival
5.
Cessar a perda de inserção
conjuntiva
6.
Cessar perda óssea
7.
Regeneração periodontal
8.
Oclusão estável não
traumatizante
Terapia inicial
·
Instrução de higiene oral
·
Remoção de dentes comprometidos
·
Fechamento de cavidades
·
Raspagem supragengival do arco superior
·
Raspagem supragengival do arco inferior
·
Motivação do paciente
·
Raspagem
e alisamento radicular
·
Controle
do biofilme bacteriano
·
Eliminação
dos fatores irritantes
·
Remoção
de caries
Mobilidade grau I=> 1 mm vestíbulo lingual
(mobilidade horizontal)
Mobilidade grau II => até 2 mm vestíbulo
lingual (mobilidade horizontal)
Mobilidade grau III => acima de 2 mm vestíbulo
lingual e intrusão (mobilidade horizontal e vertical)
CLASSIFICAÇÃO
DAS LESÕES DE FURCA
F1=> Perda de até 1/3 horizontal
F2=> Perda de até 2/3 horizontal
F3=> Perda de até 3/3 horizontal
Observe: A sonda ideal para avaliar lesões de furca é a sonda de
Nabers.
Raspagem
e Alisamento Radicular
Foice
00
= interproximais de dentes anteriores, apenas supra.
Curetas
5/6
= só para região anterior todas as faces
Curetas
7/8
= só para vestibular ou lingual de dentes posteriores
Curetas
11/12 = só para a face mesial de dentes posteriores
Curetas
13/14 = só para a face distal de dentes posteriores
Obs. Profundidade de sondagem acima de 5mm o dente será
radiografado para analisarmos a extensão da lesão óssea.
No plano de tratamento
devemos avaliar: dente girovertido, dente fraturado, dente com desgaste,
mordida cruzada, assimetria facial.
·
Fator etiológico que esta causando a
doença
·
Reavaliar o paciente depois de 15 dias
·
Índice de placa
·
Sondar os sítios que sangravam
Material que todo aluno
deve ter
·
Carbono (o dente possui sobrecarga e
mobilidade)
·
Brocas de acabamentos de resina (ultra
fina) para remover excesso de restauração.
Observação: A
fase de reavaliação consiste em nova sondagem e novo exame de todos os achados
pertinentes que previamente indicaram doença.
Observe: O
paciente que tem periodontite de moderada a grave com certeza precisará de
reabilitação.
IP= Índice de placa=> Tem a finalidade de avaliar se o
paciente possui um bom controle de higienização ou não.
IP =
Observe: Na sondagem do 1º sextante começamos pela distal dos 18 ou
17. Já nos de 21 a 28 sempre pela mesial.
IS =
Índice de placa
·
De 15 % a 25 % o paciente é considerado um bom higienizador
Índice de Sangramento
·
Até 20 % também é considerado um bom higienizador
Observe: Em casos de drenagem e secreção purulenta a doença está
em fase de agudização, neste caso, além da raspagem gengival devemos receitar
medicação.
Quando sondar será feito:
·
Índice de sangramento
·
Profundidade de sondagem
·
Recessão gengival (Lindhe, 2011) e Resseção gengival (Carranza,
2007)
·
Excesso de tecido
Vestíbulo
Mesial
|
Vestíbulo
Medial
|
Vestíbulo
distal
|
Línguo
Mesial
|
Línguo
Medial
|
Línguo
distal
|
A normalidade na
profundidade de sondagem vai até 3mm.
Importante: Quando medimos e a
medida der um número quebrado na sondagem, por exemplo, 2,5; 3,5; 4,5 etc.
Arredondamos sempre para o maior. Fazemos isto justamente pelo tipo de sonda,
examinador e tipo de tecido.
A
sondagem em tecido normal causa uma pequena isquemia, em um tecido com
inflamação a sonda vai muito mais fácil.
É
importante observarmos a margem gengival e a forma da papila (triangular),
porque a crista óssea tem a forma piramidal.
Recessão gengival (RC)=>
É a margem
gengival deslocada para apical, então, medimos da junção cemento esmalte até a
borda da margem gengival sem ocorrer penetração da sonda.
Profundidade de
sondagem (PS)=> É da margem gengival até onde penetrar a sonda.
Nível de Inserção Clínica
(NIC)=> Em um paciente normal que não teve perda óssea o NIC é na junção
cemento esmalte. (PS=NIC), já quando há perda óssea ou excesso de tecido
gengival o NIC= PS+RC.
Pseudobolsa = Sulco Profundo=>
Este tipo de bolsa é formada pelo aumento gengival sem destruição dos tecidos
periodontais de suporte. O sulco está aprofundo por causa do aumento em volume
da gengiva. (Carranza, 2012)
A
média do sulco gengival é de 0,5 mm a 1 mm.
A
Junção cemento esmalte dos incisivos centrais e dos caninos não é no centro do
dente, ela é mais distalizada. Nos laterais é no centro do dente.
Gengivite=>
Caracterizada pela presença de 25% ou mais de sítios com sangramento à sondagem
e nenhum sítio com perda de inserção clinica (NIC) > 2 mm.
EVOLUÇÃO E DURAÇÃO
A
gengivite pode ter inicio súbito e curta duração, podendo ser dolorosa. Pode
ter, também, uma apresentação mais branda.
A
gengivite recorrente reaparece após ser eliminada pelo tratamento ou
desaparecer espontaneamente.
A
gengivite crônica tem início lento e longa duração. É indolor, a menos que
complicada por exacerbações agudas ou subagudas, e é o tipo observado com maior
frequência. A gengivite crônica é uma doença flutuante, na qual a inflamação
persiste ou se resolve e áreas normais se tornam inflamadas.
DESCRIÇÃO
A
gengivite
localizada é confinada à gengiva de
um único dente ou grupo de dentes, enquanto a gengivite generalizada envolve toda
a boca.
A
gengivite marginal envolve a margem gengival e pode incluir uma porção da
gengiva inserida contígua. A gengivite papilar atinge as papilas interdentárias
e frequentemente se estendem para a porção adjacente da margem gengival. As
papilas são envolvidas com mais constâncias do que a margem gengival e, em
geral, são os primeiros locais acometidos. Já a gengivite difusa afeta a margem
gengival, a gengiva inserida e as papilas interdentárias. A doença gengival em
casos individuais é descrita pela combinação desses termos, da seguinte
maneira:
1)
A gengivite marginal localizada é confinada a uma ou mais áreas da gengiva
marginal.
2)
A gengivite difusa localizada se estende a partir da margem da prega mucobucal,
em uma área limitada.
3)
A gengivite papilar localizada é confinada a um ou mais espaços interdentárias,
em uma área limitada.
Periodontite=> Sangramento a sondagem,
indivíduos com baixas médias de porcentagem de sangramento a sondagem (< 10
% das superfícies) podem ser considerados pacientes de baixo risco para a
recorrência de doença periodontal, enquanto paciente com média de porcentagem
de sangramento a sondagem (> 25%) devem ser de alto risco.
PERIODONTITE CRÔNICA
É a forma mais
prevalente de periodontite, ela é considerada, geralmente, uma doença de progressão
lenta. Embora a periodontite crônica seja observada com maior frequência em
adultos, ela pode ocorrer em crianças e adolescentes em resposta ao acumulo
crônico de biofilme dental. (Carranza, 2012)
Considera-se que a
periodontite crônica inicia-se como uma gengivite induzida por biofilme dental,
uma condição reversível que, sem tratamento, pode progredir para periodontite
crônica. As lesões da periodontite crônica incluem: perda de inserção e perda
óssea, e são consideradas como irreversíveis. (Lindhe, 2010)
Periodontite Localizada: A periodontite é considerada localizada quando menos de 30% dos locais
avaliados na boca apresentam perda de inserção e perda óssea. (Carranza, 2012)
Periodontite Generalizada: A periodontite é considerada generalizada quando mais de 30% dos
locais avaliados na boca apresentam perda de inserção e perda óssea. (Carranza,
2012)
OBSERVE: Neste caso devemos
avaliar a perda óssea nos dentes.
Severidade
da Doença
A severidade de destruição do periodonto, que acontece como resultado da
periodontite crônica, geralmente é considerada um papel do tempo. Com o aumento
da idade, as perdas ósseas e de inserção tornam-se mais prevalentes e mais
severas devido a um acúmulo de destruição. (Carranza, 2007) A severidade da
doença pode ser descrita como leve, moderada e severa. Estes termos podem ser
usados para descrever a severidade da doença de toda a boca, uma parte da boca,
como um quadrante ou sextante, ou o estado da doença de apenas um dente.
(Carranza, 2007)
Nível de Inserção Clínica (NIC)
Periodontite Leve: 1 a 2 mm de perda do NIC
Periodontite Moderada: 3 a 4 mm de perda do NIC
Periodontite Grave: acima de ou igual a 5 mm de perda do NIC (Lindhe, 2011)
Observe: Cada dente
tem 6 sítios para serem avaliado, devemos observar no dente perda óssea e não
apenas o NIC em si.
Tratamento
Motivação do paciente
Raspagem + enxaguante bucal
Observação: Digluconato de clorexidina 0,12% 15 ml durante 1 minuto
2 vezes ao dia (12/12 horas); 30 minutos após a escovação dos dentes.
Periodontite Agressiva
Compreende um grupo
de formas de periodontite de progressão rápida, raras e frequentemente graves,
muitas vezes caracterizadas pela idade precoce da manifestação clínica e uma
tendência distinta dos casos a se desenvolver em uma mesma família. (Lindhe, 2010)
No simpósio de
classificação de 1999, a periodontite agressiva foi caracterizada pelos
seguintes aspectos mais comuns (Lang et al, 1999)
·
História
médica não significativa
·
Rápida
perda de inserção e destruição óssea
·
Agregação
familiar dos casos.
Periodontite agressiva Localizada: quanto atinge o primeiro molar e incisivo e mais dois
dentes permanentes que não estes
Periodontite agressiva Generalizada: quando atinge o primeiro molar e incisivos
e mais de dois dentes
Tratamento
Raspagem periodontal + Amoxilina 500 mg e Metronidazol 400 mg 3
vezes ao dia durante 7 dias.
Retração do tecido marginal => O deslocamento da margem gengival apical à junção cemento esmalte,
com exposição da superfície radicular, é uma característica comum em população
com altos padrões de higiene oral, bem como em populações de higiene oral
precária.
Índices Periodontais
·
Índice de Placa (Avalia a condição de
higiene dos pacientes)
·
Índice de gengivite
·
Índice de doença periodontal
Parâmetros Periodontais
·
Inflamação Gengival
·
Profundidade de sondagem
·
Nível clínico de inserção
·
Nível da crista óssea alveolar
Para que haja sucesso no
tratamento periodontal, tenho que preencher a anamnese, para poder dar o
correto diagnóstico desse paciente e assim realizar o plano de tratamento.
Portanto, é preciso coletar os dados, e a partir disso vou analisar a situação
clínica do paciente, situação do periodonto, situação sistêmica do paciente.
Vou analisar tudo, sintetizar e fazer o plano de tratamento.
Nesse plano de
tratamento, eu vou ter que conversar com o paciente, detalhar esse plano para o
paciente e fazê-lo entender o plano. Vou explicar para ele todas as indicações,
vantagens e desvantagens, prognóstico do dente para que o paciente venha a
consentir ou não com o tratamento e assim dar início a ele.
Eu tenho que
diagnosticar esse paciente, tenho que explicar a situação periodontal para ele,
o que aconteceu, porque ele está nessa situação. O paciente também vai dar uma
resposta no sentido de informar se já teve alguma doença periodontal, se já
realizou algum tratamento, bem como qual o tipo de tratamento que ele está
fazendo.
O tratamento
odontológico não pode ser visto de uma forma individual, mas como uma questão
integrada. Não se pode sugerir algo para o paciente e ter uma boa resposta
biológica, se nos vemos diante de um fator iatrogênico, como por exemplo, uma
restauração que está invadindo o espaço biológico, com subcontorno que vai
sempre causar um problema no periodonto. Por mais que o paciente seja um bom
higienizador, que possua um periodonto espesso, ele vai ter uma reação de
inflamação nessa área.
Diagnóstico - tenho que
saber qual é o fator que está levando esse acúmulo de biofilme, se está gerando
uma inflamação e também se já evoluiu para uma bolsa periodontal; se esta
questão esta associada a outro fator local, como trauma, uma sobrecarga naquele
dente, uma direção de força errada que está ajudando as sequelas ao periodonto
junto com a inflamação. Tenho que saber o porquê desse acumulo de biofilme, se
há uma deficiência de mineralização desse paciente, ou se ele possui algum
fator retentivo para esse biofilme e eliminá-lo. Tenho que associar a condição
local com a sistêmica.
Classificar o paciente,
analisar se ele é suscetível para alguma doença, pois dentro da odontologia nós
teremos pacientes que são susceptíveis à cárie, a doença periodontal, e aquele
que tem tendência aos dois. Haverá casos de paciente que não faz uma correta
higienização, vai ter uma dieta extremamente calórica, que não vão ter nem
cárie, nem doença periodontal. Portanto, é preciso identificar o perfil do
paciente.
Tenho que ver a questão
da virulência da bactéria. Todos nós temos bactérias periodonto-patogênicas e
nós vamos desenvolver ou não a doença dependendo de algumas situações:
Ø Meio
(higienização);
Ø Emocional
(estresse, depressão);
Tenho que observar se
há desgaste no dente, se há hipersensibilidade (qual é a causa dela, se ele já
perdeu o suporte periodontal e está tendo exposição de raiz), se ele tem
mobilidade (se ela está ou não relacionada à doença periodontal), se tem
sensibilidade à percussão (se está com processo agudo ou não causado por uma
bolsa periodontal ou se está relacionada a problemas pulpares), como estão os
contatos prematuros (vai ter alterações no periodonto, é uma forma de perda
óssea, pois haverá uma sobrecarga naquele dente), se o desalinhamento dentário
é causado por doença periodontal ou se é genético, ele tem um arco curto para
dentes grandes e a oclusão, se a doença periodontal realizou alterações
patológicas que causou a modificação da oclusão do paciente.
O diagnóstico precoce,
de preferência, é fundamental para o sucesso do tratamento do paciente. Por que
devemos raspar os dentes do paciente? Para desorganizar
o biofilme, se não vai perpetuar a doença. Temos que identificar a
condição sistêmica do paciente, a condição periodontal e o que seria ideal era
só fazer medidas preventivas para isso, o que não é a realidade.
Conjunto de fatores que
precisa ser visto:
Ø Extensão
da doença;
Ø Tipo
da doença;
Ø O
que causa a doença;
Ø Se
há alguma fator ambiental que está alterando essa doença;
Ø Quais
são os hábitos desses pacientes;
Ø Oclusão
(dentes remanescentes, situação destes)
Ø Idade
(parâmetro, resposta biológica ao tratamento)
Colaboração do
paciente.
Tenho que ver
mobilidade, altura do osso remanescente, pois paciente que tem periodonto
reduzido entra no prognóstico considerado duvidoso, então, temos que passar
isso para o paciente e exigir dele a manutenção. Se você esta de frente a uma
situação se tem dentes adjacentes ou não (se eu tenho um dente com doença
periodontal que está do lado de uma área edêntula, esse dente vai receber uma
carga a mais, o que já é um fator agravante). Dentes
com envolvimento de furca significa que o periodonto está comprometido e também
entram na classificação de prognóstico duvidoso; a relação com a bolsa
periodontal, se eu vou conseguir inativa-la ou controla-la, mudando o perfil de
manutenção do paciente, pois quando ele mantém bolsa periodontal, mesmo
reduzida, ele é um paciente que fica em controle. Quando elimino bolsa através
de técnica cirúrgica, eu curo o paciente, porém essa cura é temporária, pois a
doença periodontal é recidivante. Logo, se o paciente não muda hábitos, ou se
ele tem um componente sistêmico que pode alterar a extensão ou evolução da
doença, eu tenho que controlar se não recidiva.
Finalidade do tratamento- eliminação de uma infecção, dar condições
para o periodonto responder e para o paciente poder executar bem o controle do
biofilme. Cálculo é fator retentivo da doença, é preciso elimina-lo.
Ele é a calcificação do Biofilme dentário e sempre onde há cálculo, vai ocorrer
a retenção de alimentos, favorecer a agregação bacteriana e sempre vai haver
uma placa na superfície do dente em atividade.
Tenho que resolver ou
diminuir a gengivite, e também eu tenho que saber se essa gengivite é só
causada pelo biofilme ou se o paciente possui uma alteração hormonal, se toma
medicação, se está estressado.
Redução de profundidade
de bolsa: tenho que ver se vai ser só com o tratamento não cirúrgico ou se já
tenho que passar para o tratamento cirúrgico, a questão de eliminar furca
através de cirurgia ou extração dentaria. Se esse paciente tem dor, tenho que
ver o quadro de agudização da doença, logo eu tenho que intervir para esse
paciente ficar com ausência de dor.
Dentro do tratamento
periodontal, no qual tenho uma doença que é sequelante, o meu paciente e a
gente quer no sucesso do tratamento duas coisas- função
e estética.
Plano
de tratamento – segue uma sequência lógica de
procedimentos, eu avaliarei sistemicamente, e se ele tem algum problema, pois
tenho que encaminhá-lo para o médico. Chega um paciente diabético no
consultório, devo logo perguntá-lo se realiza tratamento, se ele o faz de uma
maneira rotineira e a partir disso eu irei também saber se ele está falando a
verdade ou mentindo.
Depois que eu fizer
essa fase inicial que é o tratamento não cirúrgico periodontal, vou observar a
necessidade, vou retificar a necessidade ou não do paciente para a outra fase,
que é a fase corretiva, que geralmente eu tenho a associação do tratamento
periodontal cirúrgica com as outras especialidades da odontologia. Depois vem a
fase mais difícil de manter o paciente, que é o tratamento de suporte
periodontal ou a terapia de manutenção, a qual você vai pegar cada um dos seus
pacientes, de acordo com o perfil do paciente, de acordo com as condições dele
e vai elaborar o plano de terapia de suporte daquele paciente.
Portanto, eu irei
avaliar essa condição sistêmica, vou identificar fatores de risco que estão
levando essa situação e tomar as devidas providências para eu poder executar o
plano de tratamento nesse paciente.
Relacionado a cálculo,
tenho o objetivo de eliminar e prevenir ao mesmo tempo, então eu irei motivá-lo,
vou identificar as condições de escovação dele, vou informá-lo porque que ele
tem que escovar os dentes. Depois disso você vai identificar se ele tem
cálculos e vai raspar esse paciente, sub ou supragengivalmente, condicionar o
meio para que haja recuperação do periodonto e que o paciente possa ter
controle desse biofilme, pois a partir do momento em que você interveio para
que ele não tenha mais acumulo de biofilme e formação de cálculo, ele tem que
higienizar bem.
Se além do cálculo estiverem
presentes fatores irritantes, eles terão que ser removidos, por isso, foi
pedido para termos sempre um kit de acabamento de resina na aula de
periodontia, pois quando nós identificamos esses fatores irritantes que estão
ligados a uma restauração que estão com supra ou subcontorno, nós damos um
jeito na hora, não como na dentística, apenas para dar uma condição para o
periodonto responder nós podermos raspar algumas vezes também. Também iremos descontaminar,
remover a cárie, colocar uma restauração provisória, um curativo para poder
condicionar esse meio.
Quando se fala de condicionar
o meio, significa eliminar infecção, eliminar agentes infecciosos, então têm
bactérias no periodonto, e nas bactérias da carie, logo, para iniciar o
tratamento desse paciente em relação às outras disciplinas também. Então temos
a sequência lógica, que é o plano global, temos que ver as necessidades do
paciente e eliminando por etapas os focos de infecção, por isso, a perio é
básica.
Pequenos movimentos
ortodônticos também se fazem, pois às vezes é necessário fazer uma contenção
nesse paciente, para ter condições de raspar e após o condicionamento em que eu
dei condições do periodonto responder, vou viabilizar se aquele dente vai ficar
ou não.
Se o dente está com
mobilidade, tenho que ter um carbono para ver se há algum contato prematuro,
que às vezes, pode vir a causar dor. As exodontias nos dentes que já estão
condenados já são realizadas. Depois disso, irei reavaliar o paciente, que aqui
na clínica da graduação nós fazemos quinzenalmente, para poder liberar o
paciente para outra disciplina. Em nível de consultório, é feito mensal ou
quinzenal.
A fase corretiva é
depois que eu fiz toda essa parte básica, aí depois que eu reavaliar o
paciente, aí é algo que eu já tinha mais ou menos em mente quando eu fiz o
plano de tratamento, eu vou só me certificar. Então, aqueles dentes que estão
precisando fazer movimentação ortodôntica, tem mobilidade, você só vai poder
ter condição de ver se esses dentes vão ter condição de permanecer depois que
você remover os cálculos. Ai sim vai ter momentos em que aquele dente que no
primeiro momento você não extraiu, ele vai estar agora na extração como um dos
tratamentos, porque você viu que ele não se recuperou, não vai ter a capacidade
de exercer função. Em seguida, você vai ver os dentes que precisam ir para a ortodontia,
precisa ser restaurado através da dentística, um tratamento reabilitador, o que
vai precisar de endodontia, o que vai precisar de implante.
Depois você vai para a
fase que é a mais complicada que tem é a de manutenção do paciente, que possui
a finalidade de garantir tudo àquilo que você fez, porque no tratamento é
necessário ter o controle do paciente, ter a manutenção. Então, você vai
reavaliar esse paciente, ver se tem áreas em que houve uma reinfecção, uma
reincidência da doença. Se você deixou o paciente com bolsas residuais, essas
áreas são aquelas que você já sabe que vai ter uma reinfecção, provavelmente.
Então, aquele paciente com bolsas residuais tem que ser extremamente
disciplinado e consciente da parte dele, se não você terá problemas.
Através das
radiografias você irá fazer uma comparação, pegar as radiografias iniciais, a
radiografia que você fez logo após o tratamento e quando ele voltou para ver se
ele teve ganho de osso, se ele manteve estável aquele sítio já tratado ou se
aquele sítio recidivou, porque você vai ter que mudar aquele plano de
tratamento.
Se o paciente chegou e
não tem mais nada, você vai fazer índice de placa, ver aqueles sítios que eram
mais, dentro do periograma dele, tinha mais perda de inserção, vai resondar,
vai ver se ele tem necessidade de raspagem. Se tiver necessidade de intervenção
cirúrgica, você vai checar de novo todo o paciente, reavaliar índice placa, de
sangramento, profundidade de sondagem, nível de inserção, que isso é garantia
de sucesso periodontal ou não, vai checar a oclusão, pois esta não é estática,
o jeito que nós mordemos hoje não será o mesmo daqui a um ano, vai ter
provavelmente algumas alterações. Tenho que ver também questão de parafunção do
paciente, quando ele veio, ele não apertava, e hoje ele aperta. Você vai checar os dados da anamnese desse
paciente, ou melhor, avaliar aqueles dentes que já tinham o periodonto
reduzido, para ver se eles permanecem numa boa relação de estabilidade, ou se tem
mobilidade, áreas de lesão de furca tem que ser reavaliadas constantemente. Ou
seja, aquelas áreas mais críticas a gente também faz uma reavaliação
radiográfica. Se for um paciente de uma periodontite moderada ou grave, a gente
solicita outra vez uma periapical boca inteira, pois talvez aquele sítio que
não tinha nada, pode estar começando um processo de doença e a partir disso vou
programar a manutenção que é individualizada para cada paciente, sob aspectos
sistêmicos, comportamentais e locais.
No ponto de vista da
professora, sucesso de tratamento é quando depois que se faz tudo naquele
paciente e eles são remarcados para a manutenção, ele vai, ou seja, o paciente
que é colaborador e entendeu o tratamento.
A doença
periodontal é uma doença sítio-específica, então meu prognóstico também precisa
ser por áreas, e eu vou anotar isso no periograma. Então, eu
tenho que passar tudo para o paciente, se eu tenho um sítio que tinha boa
inserção, que não tinha bolsa ou estava com uma bolsa rasa a qual eu eliminei,
aquela que tinha só uma gengivite, é um dente que vai ter um prognóstico bom.
Aquele sítio que tinha uma periodontite, que já foi operado, que ficaram com
bolsas reduzidas, mas residuais, dentes que tem lesão de furca, são dentes que tem
o prognostico duvidoso, eu tenho que observar depois na manutenção. Vale a pena
tratar um dente desse? Hoje em dia, prognostico duvidoso, dentro de uma
resposta biológica que a gente já sabe, geralmente é exodontia. Você tem que
observar o papel daquele dente em relação ao sistema estomatognático, se aquele
dente é hígido, se tem só uma restauração, então, de repente aquele dente que
tem um prognostico duvidoso pode ser mantido e ficar só sob manutenção. Aquele
dente de prognostico duvidoso, que vai precisar de uma reabilitação, eu tenho
que pensar se vale a pena manter, pois eu vou estar pondo em risco toda uma
reabilitação do paciente. Então, o prognóstico de um dente é todo de acordo com
a condição dele num sítio em relação aos dentes adjacentes e o papel daquele
dente na boca.
Então, fase corretiva,
você vai avaliar seu paciente de novo e onde houver permanência de bolsas, você
vai sugerir cirurgias, para eliminá-las ou reduzi-las, essas são as finalidades
das cirurgias periodontais além da estética. Pacientes com periodontite, as
cirurgias são com finalidade de eliminação ou redução de bolsa periodontal, ou
seja, eliminar a doença ou deixar em condições de o paciente controlar sob a
nossa supervisão, e aí você cria a TPS (terapia periodontal de suporte)
independente para cada paciente, de acordo com a necessidade. Então, preciso
sempre ter uma tríade e passá-la para o paciente: diagnóstico + plano de tratamento + prognóstico.
(Aula II) Fatores Sistêmicos relacionados à
Doença Periodontal
Muitas desordens sistêmicas são implicadas como indicadores
ou fatores de risco para condições periodontais adversas. Pesquisas básicas e
clínicas nas últimas décadas revelaram um melhor entendimento da complexidade e
patogênese das doenças periodontais. Existe claramente uma causa bacteriana
essencial, e há bactérias especificas (patógenos periodontais) associada com a
doença periodontal destrutiva. (Carranza, 2007).
Doença
periodontal:
ú Multifatorial
ú Biofilme
(determinante)
ú Fatores de risco
ú Resposta do hospedeiro
Figura 1- Mostrando a
inflamação (gengivite) e perda da crista óssea (periodontite)
(Lindhe,
2011)
Fator Determinante
•
Biofilme Dental
•
Papel específico da Microbiota
Fatores Predisponentes ou co-fator
•
Trauma Oclusal
•
Iatrogenia (o que mais causa doença periodontal
pela restauração mal adaptadas, sem ponto de contato).
•
Fatores Genéticos (às vezes existe
paciente que a mãe já tem certa informação e observa isso nos filhos e
encaminha logo para fazer um tratamento com o especialista para evitar que o
paciente desenvolva a doença).
Fatores Moduladores / Modificadores ou sistêmicos
•
Diabetes Mellitus e Tabagismo (são fatores de risco sistêmicos
comprovado cientificamente)
•
Alterações Hormonais
•
Estresse Emocional (pode alterar a secreção de
produtos de defesa do hospedeiro. Um exemplo seria a diminuição da produção de
imunoglobulina-A (IgA). Este é o anticorpo predominante na saliva e pode ser
considerado o agente antibacteriano mais importante em um quadro de saúde
(McCleland et al.1985). A sua diminuição provoca destruição tecidual ativada
por produtos bacterianos, provavelmente, mediada por meio de citocinas
liberadas por células do sistema imune ativadas, entre outras, levando a um
desequilíbrio na relação parasita–hospedeiro.
•
Pacientes Soropositivos (precisa de vários
trabalhos científicos para comprovar)
Nem todo fator
sistêmico é um fator de risco
Transição de gengivite
para periodontite: saber identificar a diferença entre os dois, para saber
entender o que é um paciente saudável, paciente com gengivite ou um paciente
com periodontite, que a periodontite envolve perda de osso, mas principalmente perda
de inserção. A base do epitélio juncional é inserida em um paciente saudável na
JCE, só que às vezes pode ocorrer uma refração. Então, o que ocorre na doença
periodontal- pela presença do biofilme que é o fator determinante? Ocorre uma
migração do epitélio juncional e formação de bolsa periodontal, aí se inicia o
processo que, na gengivite só esta localizado no periodonto de proteção, ele
migra porque ocorre a liberação de várias enzimas pelo processo inflamatório e
ocorre destruição óssea e destruição do ligamento periodontal. O macrófago
migra para o sulco gengival e ele é extremamente importante para a defesa
local, porque constantemente nosso organismo esta sendo atacado por bactérias,
todos devem ter Porphyromonas gengivalis,
mas o quê que difere é o fator sistêmico, as pessoas diabéticas vão ter uma
alteração quantitativa e qualitativa dessas células os macrófagos.
Modelo
de patogênese da doença periodontal (os fatores que
influenciam a doença periodontal)
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