O conhecimento detalhado da morfologia dos dentes
multirradiculares e de suas posições no arco é um pré-requisito fundamental
para a compreensão adequada dos problemas que podem ocorrer quando esses dentes
são envolvidos por uma doença periodontal destrutiva. (Lindhe, 2011). 
O complexo radicular é a porção dos dentes localizada
apicalmente à junção cemento esmalte (JCE), a porção normalmente coberta pelo
cemento radicular. O complexo radicular pode ser dividido em duas partes: o
tronco radicular e os cones radiculares. (Lindhe,
2011).
O tronco radicular apresenta a região não dividida da raiz.
A altura do tronco radicular é definida como a distância entre a JCE e a linha
de separação (furca) entre dois cones radiculares (raízes). Dependendo da
posição da linha de separação, a altura do tronco radicular pode variar de uma
superfície para outra no mesmo molar ou pré-molar. (Lindhe, 2011).
O cone radicular encontra-se na região dividida do complexo
radicular. O cone radicular (raiz) pode variar em tamanho e posição, e, em
algumas áreas, pode estar unido ou separado de outros cones radiculares. Dois
ou mais cones radiculares formam a região de furca do complexo radicular. A
furca é a área localizada entre os cones radiculares. (Lindhe, 2011).
A entrada da furca é a área de transição entre a parte não
dividida e aparte dividida da raiz. O fórnix da furca é o teto da furca. (Lindhe, 2011).
A furca torna-se uma área problemática tanto para acúmulo
de depósito de microrganismo como para a dificuldade de tratamento periodontal.
Tratamento das lesões de furca
·        
Raspagem
e alisamento radicular menos favorável
·        
Maior
risco de progressão da doença periodontal
Aspectos anatômicos
·        
Interfurca
=> área entre 3 ou mais raízes
·        
Bifurcações
=> 2 ou mais raízes
·        
Pré
– furca => JCE e início da furca
Classificação das lesões de furca
·        
Grau I => Perda horizontal dos tecidos
de suporte não excedendo 1/3 da largura do dente.
·        
Grau II => Perda horizontal dos tecidos
de suporte excedendo 1/3 da largura do dente, mas não envolvendo toda a largura
da área de furca.
·        
Grau III => Destruição horizontal “lado a
lado” dos tecidos de suporte na área de furca. (Lindhe, 2011).

http://www.vidadeodonto.com.br/exame-periodontal/ 01h 05min 23/10/2014.
Terapia das Furcas
·        
Furca I => Raspagem e alisamento radicular, plastia de furca.
·        
Furca II => Plastia de furca
                     Tunelização
                    
Ressecção radicular
                    
Extração dentária
                    
Regeneração Tecidual Guiada dos molares inferiores 
·        
Furca III => Tunelização
                  Ressecção radicular
                  Extração
dentária
Observe: Teremos maior previsibilidade
quando o paciente não perdeu osso na interproximal.
Lembrando furca, pois dentro de uma enxertia ganhamos em
espessura e quase nada em altura óssea. Quando colocamos o material ósseo
condutor ou osteogênico e/ou indutor. De onde vêm os osteoblastos que irão
povoar a área de enxerto provocando mitogênese?  Osso
remanescente, portanto, quanto mais osso temos ao redor do defeito mais chance
se tem de regenerar.  Temos, portanto
tecido de granulação, osso e membrana mais RTG, tudo isso quando temos uma
lesão de grau II em molares inferiores, ou seja, o osso da interproximal esta
dentro de uma normalidade ou perda menor. A plastia será usada quanto à perda
óssea é pequena, então, modelamos a anatomia na área acompanhando a anatomia da
raiz para que não tenhamos um degrau desse defeito. Bem como nos facilite a
cicatrização de tecido na área e facilite a higienização pelo paciente.
Fatores para o
comprometimento de furca
Origem periodontal
·        
Impactação alimentar
·        
Restauração inadequada
·        
Prótese Mal – adaptada
·        
Restaurações subgengivais
(por não respeitar o espaço biológico de
aproximadamente 3 mm da crista óssea a margem gengival)
Origem endodôntica
·        
Doenças Pulpares (canais acessórios)
·        
Trauma oclusal (sobre carga nos dentes que tem furca)
·        
Lesões endo – perio
Tratamento
·        
Fator determinante (estética, função e saúde periodontal), essa tríade deve ser avaliada sempre. 
Raspagem e alisamento radicular
Raspagem e alisamento das superfícies radiculares na área
da entrada da furca com envolvimento grau I na maioria das situações resultam
na eliminação da lesão inflamatória na gengiva. A cicatrização restabelecerá
uma anatomia gengival normal com uma adaptação adequada dos tecidos moles sobre
os tecidos duros das paredes da entrada da furca. (Lindhe, 2011)
Plastia de Furca
A plastia de furca é uma modalidade de tratamento
ressectivo que pode levar à eliminação do defeito interradicular. O tecido
dentário é removido (odontoplastia) e a crista óssea é remodelada
(osteoplastia) no nível da entrada de furca. (Lindhe, 2011)
A plastia de furca é utilizada principalmente nas furcas
vestibulares e linguais. Nas superfícies proximais, o acesso frequentemente é
muito limitado para esse tipo de tratamento. (Lindhe, 2011)
Tunelização=> É expor a região de furca
pela perda óssea existente para facilitar a higienização pelo paciente. A
Tunelização é uma técnica utilizada no tratamento de defeitos de furca grau II
profundo e grau III em molares inferiores. Esse tipo de terapia ressectiva pode
ser indicado para molares inferiores que possuem um tronco radicular curto, um
amplo ângulo de separação e uma grande divergência entre as raízes mesial e
distal. O procedimento inclui a exposição cirúrgica e o tratamento de toda a
área da furca do molar afetado. (Lindhe,
2011)
Anestesia e retalho
total, pois incisões relaxantes são opções depende muito do operador.
Grau III em molares
inferiores raízes divergentes e grandes porque é mais fácil higienização.
Contra indicação:
·        
Higiene
oral deficiente
·        
Raízes
curtas
·        
Tendência
a cárie
·        
Osteotomia
excessiva
Observação: A raiz mais importante nos Molares
superiores é a palatina e nos molares inferiores é a distal.
Ressecção radicular => Implica a separação completa
do complexo radicular e a manutenção de todas as raízes. A ressecção radícula
implica a separação e a remoção de uma ou duas raízes de um dente
multirradicular. A hemissecção e a ressecção radicular frequentemente são
utilizadas em casos de molares com envolvimentos de furca grau II avançado e
grau III e em raízes divergentes e grandes.
Antes da realização da hemissecção e da ressecção
radicular, os seguintes fatores devem ser considerados:
·        
Comprimento
do tronco radicular
·        
A
divergência entre os cones radiculares
·        
O
comprimento e a forma dos cones radiculares
·        
Fusão
entre os cones radiculares
·        
Quantidade
de suporte remanescente ao redor de cada raiz.
·        
Estabilidade
individual da raiz 
·        
Acesso
para dispositivo de higiene oral
Indicação
·        
Perda
grave do osso em uma raiz
Contra indicação
·        
Proporção
raiz coroa desfavorável
·        
Fusão
radicular
·        
Higiene
difícil
·        
Mobilidade
excessiva
·        
Dificuldade
no tratamento endo/ dentística posterior
·        
Raiz
curta com bifurcações.
Técnica cirúrgica
·        
Anestesia
·        
Incisão
(intra sulcular e relaxante (opcional))
·        
Retalho
de espessura total
·        
Amputação
da raiz com brocas => exodontia do resto da raiz.
·        
Raspagem
e alisamento radicular das raízes
·        
Cimento
cirúrgico
·        
Bochecho
com clorexidina
·        
Medicação
sistêmica
Hemissecção=> mais indicada em região de furca de
dentes inferiores.
·        
Indicação:
Falha endodôntica em uma raiz
·        
Contra
indicação: Mobilidade excessiva e fusão radicular.
 
Nenhum comentário:
Postar um comentário