CIRURGIA DOS DENTES
INCLUSOS
Falaremos
de cirurgia de dentes inclusos, que é um dos principais pilares da buco-maxilo.
Para fazer cirurgia de dentes inclusos, precisa ser buco-maxilo? Não. Mas de
preferência faça com o buco, mas não obrigatoriamente necessita ser com o buco.
Cada
um tem que conhecer seus limites. Um cirurgião-dentista mesmo sem ser
especialista pode fazer com destreza, com a habilidade e com qualidade uma
cirurgia de dente incluso. Só que cada um tem que saber seus limites. De
repente um dente com uma inclusão muito
profunda, com alto grau de dificuldade, talvez não seja adequado àquele
profissional fazer. Mas como via de regra, qualquer profissional formado pode
fazer.
É
uma cirurgia muito abordada na buco-maxilo, é um desafio. Porque normalmente é
bem tranquilo, mas quando resolve complicar, complica tudo. Complica, dá
trabalho, a chance de insucesso existe. Eu tive insucesso e cirurgia de dentes
inclusos, mas há muito tempo não tenho. A gente vai se aprimorando.
Alguns
casos a gente faz com anestesia geral, dá um conforto maior para o paciente e
por diversos aspectos, algumas vezes precisa ser feita em ambiente hospitalar.
Controle da ansiedade:
ainda tem aquele estigma do dentista causar dor, tratamento odontológico. Isso
é histórico e é fato.
Nós
temos que tranquilizar os nossos pacientes. Quando eu era mais novo eu tinha
muita dificuldade em controlar o paciente. Hoje em dia não.
Existem
vários métodos de controlar a ansiedade. Mas o principal método é a
verbalização. O que é verbalizar? Conversar com o paciente, explicar como é a
cirurgia. O Malamed cita que não devemos falar a palavra ‘dor’, mas eu
discordo, porque o Malamed não é buco-maxilo. Nós podemos falar a palavra ‘dor’,
mas depende da conotação, dependendo da conotação que se dá à palavra ‘dor’,
ela soa de forma positiva, na minha humilde experiência.
Se
vocês observarem, muitas vezes o aluno está com dificuldade de anestesiar, aí o
professor senta, e não faz nada, e o paciente deixa de sentir dor. É porque o
paciente sabe que vocês são alunos. Mexe com o psicológico do paciente.
Essa
verbalização, essa tranquilização é o principal pilar do controle do paciente.
Quando
não dá na conversa, o que acontece? nós temos alguns outros meios:
Sedação consciente oral
Sedação consciente inalatória
Anestesia geral
SEDAÇÃO CONSCIENTE ORAL
É
o uso dos benzodiazepínicos. O Diazepam, Midazolan... Quando eu era
recém-formado eu morria de medo de usar benzodiazepínico. Porque seda o
paciente, o dentista, na ignorância, acha que o paciente vai morrer. Essa droga
é usada há mais de 50 anos nos EUA, e há muito tempo no Brasil. Uma das drogas
mais seguras que a gente pode usar na Odontologia. É difícil ter contra
indicação. É mais fácil o paciente ter problema na anestesia do que com
Midazolan.
São
drogas seguras. Professor, na prática, como eu faço para prescrever? Já ouviram
falar na vigilância sanitária? Então, tem que pegar o CRO de vocês, ir lá à
vigilância sanitária, e o profissional faz o cadastro de vocês. Aí, pede o
receituário azul, e eles vão dar autorização apra que vocês emitam boleto no
nome de vocês. Parece um talão de cheque.
Para
cada paciente a gente vai prescrever uma caixinha de Midazolan 15 mg? Não faço
isso! Eu prescrevo para minha secretária, ela vai e compra. Deixem no
consultório de vocês. Como nós não prescrevemos em longo prazo. Por exemplo:
paciente vai fazer uma cirurgia de dente incluso hoje, ele tem que tomar um comprimido
de Midazolan, 1 hora antes da cirurgia e não tomar mais. Para o
paciente é um comprimido, por isso, melhor o paciente tomar no meu consultório.
Normalmente
na odontologia é
o Midazolan 15 mg. Por que não o Diazepam? Porque ele seda por muito
tempo, cerca de 10 horas. O midazolam seda por cerca de 4 horas. Para a gente está bom.
Paciente
tem que levar um acompanhante.
Por
que ele é indicado para diabéticos, hipertensos e cardiopatas?
Adrenalina
é um hormônio hiperglicêmico, aumenta a glicemia do sangue. Então se o paciente
estiver nervoso, ansioso, ele vai ter um descarga de adrenalina e o açúcar vai
aumentar. Se ele está relaxado essa descarga não vai acontecer. A tendência é
que o açúcar se mantenha em um nível normal.
Hipertenso
nem se fala.
PRILOCAÍNA 3% +FELIPRESSINA
FELIPRESSINA
·
Atua sobre os receptores
V1 da vasopressina presentes no músculo liso da parede dos vasos sanguíneos,
sendo esta ação muito mais acentuada na microcirculação venosa que na
arteriolar.
·
A Prilocaína pode ser usada em paciente
diabético compensado, pois esse vasoconstritor não induz alterações de pressão
arterial.
·
Paciente com alterações cardiovasculares
controlados, pois a Prilocaína não causa alteração de pressão.
·
Prilocaína pode ser usada em hipertenso que já
se encontra em tratamento médico, pois não produz efeito cardiovascular.
GESTANTE
PRILOCAÍNA
·
Apresenta perfil
farmacológico semelhante ao da lidocaína, contudo, causa menos vasodilatação, o
que permite um maior tempo de duração do efeito anestésico na ausência de
vasoconstritor. Também apresenta menor toxicidade para o sistema nervoso
central, porque se distribui melhor por todos os tecidos, o que diminui a
penetração neste sistema. Seu metabólito, produzido no fígado, apresenta um
radical de orto-toluidina, com conhecida capacidade de produzir
meta-hemoglobinemia (FARIA, MARZOLA, 2001). A hemoglobina fetal é um tanto
diferente da hemoglobina do adulto e, sem dúvida, o feto e os neonatos não
apresentam bateria enzimática adequada para fazer a conversão desta
meta-hemoglobina em hemoglobina. Assim, seu uso em gestantes deveria ser
evitado, apenas por precaução, uma vez que não se dispõe de dados clínicos
adequados sobre a segurança do anestésico para o feto, mas sabe-se que a
dosagem empregada nos tubetes para uso odontológico é praticamente
insignificante (FARIA, MARZOLA, 2001). Também é
antidiurético.
·
A FELIPRESSINA deve ser evitada devido a sua semelhança com o
hormônio ocitocina (responsável pela contração uterina), e a fenilefrina,
devido à lentidão de sua biotransformação, permanecendo assim por mais tempo na
corrente circulatória materno-fetal (CORRÊAet al., 2003).
ARTICAÍNA 4% + EPINEFRINA
(ADRENALINA) 1:100 000
ARTICAÍNA
·
A metemoglobinemia é um efeito colateral
potencial da administração de grandes doses de articaína. Tal relação foi
observada depois da administração intravenosa para fins de anestesia regional;
ainda não foram descritos casos em que a articaína foi administrada do modo e nos
volumes habituais em procedimentos odontológicos.
LIDOCAÍNA 2% + EPINEFRINA
(ADRENALINA) 1:1000 000
Esse
anestésico é o mais recomendado para gestantes, já que não está associado a
nenhum fator que possa contraindicá-lo. É seguro durante a gestação desde que
se utilize a lidocaína a 2% com adrenalina 1: 100.000 com limite máximo de 2
tubetes por sessão (dose mínima efetiva), uma vez que o feto não consegue
metabolizar a droga anestésica eficientemente (ROOD, 1981).
A adrenalina é o
vasoconstritor mais potente e mais utilizado na Odontologia2
e
atua diretamente nos receptores α- e β-adrenérgicos. Pequenas doses de
adrenalina dilatam os vasos que irrigam os músculos esqueléticos, onde predominam
os receptores β2. Doses grandes estimulam os receptores α, produzindo
vasoconstrição. Do ponto de vista clínico, essa diferença de ação sobre os
receptores α ou β determina a hemostasia alcançada durante os procedimentos
cirúrgicos. A injeção direta do anestésico com adrenalina no local da cirurgia
resulta em altas concentrações teciduais da substância, estimulando
predominantemente os receptores α, obtendo a hemostasia desejada.
As funções de um
agente vasoconstritor são: diminuir a circulação local, evitar a rápida
absorção do anestésico, prolongar a sua ação, diminuir sua toxicidade
e
promover hemostasia, assegurando um período de latência e duração
suficientemente longos6, aumentando sua
eficiência e segurança4. Assim, a
importância de um vasoconstritor é indiscutível. Entretanto, estudos mostraram
que os anestésicos contendo vasoconstritor, como a adrenalina, podem causar
efeitos colaterais indesejáveis em pacientes com
discrasias cardiovasculares, como aumento da frequência cardíaca e da pressão
arterial. Alguns autores afirmaram ainda que a
administração de 1 a 2 tubetes odontológicos com diluição de adrenalina a
1:100.000 aumenta a pressão arterial sistólica, a frequência cardíaca, causa
aumento no rendimento cardíaco, no ritmo cardíaco e na taxa cardíaca.
Apesar desses efeitos colaterais relacionados à utilização dos
vasoconstritores, a realização de procedimentos odontológicos com anestesia
inadequada certamente resultaria em estresse e dor ao paciente, estimulando a
produção endógena das catecolaminas em doses acima daquelas utilizadas durante
os procedimentos. Além disso, estudos
demonstraram que pacientes que receberam adrenalina em pequenas
doses tiveram uma redução na pressão arterial. Chernow et al.20 relataram que
anestésicos locais contendo adrenalina geralmente são bem suportados por
pacientes com discrasia cardiovascular de grau leve a moderado.
Cuidado! Aumenta o açúcar no sangue diabete tipo I e II (A
adrenalina tem a ação farmacológica oposta a insulina, logo é considerada um
hormônio hiperglicêmico)
Diabetes tipo I=> Caracterizada pela ausência da produção de insulina. Os
pacientes geralmente exibem hiperglicemia grave e cetoacidose. A doença é
tipicamente diagnosticada na infância e os pacientes necessitam de injeções
exógenas de insulina para sobreviver.
Diabetes tipo II=> É mais difícil de diagnosticar. Geralmente ocorre em adultos
mais velhos e obesos. Apesar de a hiperglicemia estar presente, a cetoacidose
raramente se desenvolve. Além disso, os pacientes podem ser capazes de produzir
certa quantidade de insulina endógena.
Sintomas do diabetes:
·
Polidpsia
·
Poliúria
·
Polifagia
·
Perda de peso
·
Xerostomia
Paciente alérgico ao paracetamol e a dipirona
sódica o que fazemos?
A
opção é pelo Ibuprofeno, que em doses mais baixas apresenta
atividade analgésica similar à da dipirona.
Adultos:
comprimidos de 200 mg , com intervalos de 6 horas. (Advil ou
genérico)
Crianças:
solução gotas 50 mg/ml (Alivium ou genérico)
Regra
prática: 1 gota/kg de peso corporal, a cada 6 a 8 horas, não excedendo o máximo
de 40 gotas por dose.(Eduardo Dias, 2012)
Dr. Estou com dor de dente, porém estou grávida. O que devo tomar
para passar a dor?
Resposta: Paracetamol,
pois ele é um analgésico que pode ser tomado durante a gravidez, mas sem
exageros e sob orientação. Importante: Quando comparado com outros
analgésicos, o paracetamol continua sendo o mais seguro para ser utilizado
durante a gravidez.
Anti – inflamatório
Nimesulida comp.
500mg______________________1comp. de 12/12 horas 3 dias V O
Amoxicilina
500mg_________________________1 comp. De 8/8 horas 7dias V O
Analgésicos
Dipirona Sódica comp.
500mg (6 comprimidos)______ 1 comp. De 4/4 horas V O
Paracetamol comp.
500mg___________________ 1 comp. De 4/4 horas V O
Paracetamol comp.
750mg(12comprimidos)______________ 1 comp. De 6/6 horas V O
Antibiótico
Paciente sem históricos de alergias aos derivados
de penicilina
Amoxicilina
500mg_________________________1 comp. De 8/8 horas 7dias ou 5 dias V O
Paciente com históricos de alergias aos derivados
de penicilina
Clindamicina comp.
300mg___________ 1 comp. De 8/8 horas 7 dias V O
Azitromicina comp.
300mg__________ 1 comp./ dia durante 3 dias V O
Inflamação
Por
muito tempo, a inflamação foi considerada uma doença, e somente a partir do
século XVIII é que Hunter propôs que a mesma fosse uma resposta benéfica. Desde
Celsus (contemporâneo de Cristo) que se caracteriza a inflamação por quatro
sinais "cardinais": rubor, calor, tumor e dor. Virchow, no século
XIX, acrescentou um quinto sinal: a perda da função.
Aulus
Cornelius Celsus
Livro “De Medicina”, 30 A.C. 4 sinais cardinais da
inflamação:
• rubor, tumor, calor e dor.
Rudolph
Virchow, 1793, 5º sinal: perda de função.
Como
fazer uma prescrição:
P/ Nome do Paciente
R/ (esse R significa receba)
Uso interno / Via Oral
Amoxicilina ---------
500mg – (9/12 cápsulas)
Tomar 1 comprimido de 8
em 8 horas durante 3 dias.
(Se for mais de um
medicamento, numerar)
Ex:
1)Amoxicilina
2) Dipirona
sódica
Manaus,
data............... de…… de 20……
E embaixo
carimbo do professor.
DISCUSSÃO SOBRE ANESTÉSICOS LOCAIS
PARA DENTES INCLUSOS
Anestésico
local não tem um melhor que o outro. Cada um tem a sua indicação.
Lidocaína é um grande
anestésico. Muito seguro.
Articaína
é um anestésico excelente. Para dente incluso eu prefiro articaína. Buco maxilo
prefere articaína.
Prilocaína
não é um bom anestésico para cirurgia. Por quê? Porque não promove vasoconstrição.
A Prilocaína não é
indicada para a cirurgia porque não promove a vasoconstrição.
Fazendo uma síntese para
a cirurgia, três anestésicos articaína, lidocaína e mepivacaína. Por que articaína seria mais
indicada para dentes inclusos? O que ele tem de diferencial? Qual a propriedade que ela tem que é
mais indicada para cirurgia do que a lidocaína e a mepivacaína? Difusão óssea,
difusão tecidual, ela penetra com mais facilidade nos tecidos.
Tem
muitos professores de fora que estão contra indicando articaína para dentes
inclusos. Por que seria contra indicado para bloqueio mandibular? PARESTESIA.
Existem fortes relatos que associam o uso da articaína com parestesia pós-operatória
nos bloqueios mandibulares. Isso aí,
segundo os pesquisadores, é pela concentração desse anestésico. A concentração
da articaína é 4%, a lidocaína é 2%, Prilocaína 3% aqui no Brasil e nos EUA e
Canadá é 4%.
Pesquisa
feita no Canadá: Articaina e Prilocaína a 4 % apresentaram maior incidência de parestesia (sensação prolongada de anestesia) pós-operatória.
Ao invés de ficar anestesiado no mento por 2 a 3 horas, ficam semanas, às vezes
meses, anos... (dormente). Isso pode gerar um problema judicial.
Na
minha dissertação de mestrado eu fiz uma comparação entre articaína e
lidocaína. Na minha opinião, eu não acredito que articaína dê mais parestesia
que outros anestésicos. A gente só opera com articaína e não tem parestesia.
Tem
dentista que acredita e tem dentista que não acredita.
Em
muitos lugares, em São Paulo (São Leopoldo Mandic), por exemplo, os professores
e os alunos são proibidos de bloquear com Articaína. E como eles fazem com
dentes inclusos? Eles bloqueiam com a LIDOCAÍNA e ais fazem infiltração com Articaína.
Por quê? Porque a infiltração vai difundir pelo osso e não vai depositar
anestésico perto do alveolar inferior, então ele vai depositar Lidocaína no
bloqueio, ai pega e infiltra ao redor da região com Articaína. Por que eles
fazem isso? Porque lá em São Paulo os negócios de processos estão terríveis.
Aqui nós usamos Articaína e não tem dado parestesia. Articaína está relacionado
a uma possível maior incidência de parestesia pós-operatória, mas eu continuo
achando o melhor anestésico.
TERAPÊUTICA APLICADA: Aprenda
um negócio, esse aqui é excelente: Dexametasona
4 ou 8 mg, ou seja, 1 ou 2 comprimidos, 1 hora antes da cirurgia é uma
droga muito boa. É um anti-inflamatório corticóide excelente para dente
incluso.
Se
você não teve a oportunidade de prescrever Dexametasona,
você entra com Nimesulida 100 mg (é
um anti-inflamatório que não irrita muito a mucosa gástrica), 1 comprimido a
cada 12 horas por 3 dias, é o protocolo que a gente usa na escola depois da
cirurgia.
Atenção: Dexametasona é antes da
cirurgia e Nimesulida é depois da cirurgia!! Se prescrever
Dexametasona antes da cirurgia, não precisa Nimesulida após, a não ser que
tenha sido aquela cirurgia de 3 ou 4 horas, é prudente prescrever.
Dipirona ou Paracetamol e
Amoxicilina. Mas prestem atenção nesse detalhe. Existe
amoxicilina de 500 mg ( 1 cápsula de 8 em 8 horas por 3 dias ou 5 dias ou 7
dias dependendo da indicação). Prestem atenção numa boa opção, por exemplo, se
vocês não fizeram a Dexametasona pré-operatória, ai vão fazer Nimesulida de 12
em 12 horas, Dipirona de 6 em 6 horas e Amoxicilina de 8 em 8 horas, o paciente
vai ficar doido, o que se pode fazer pra facilitar a vida do paciente?
Prescrever Nimesulida de 12 em 12 horas, dipirona de 6 em 6 horas e opta por
esse aqui, Amoxicilina de 875 mg (1 comprimido,
NÂO é cápsula, que é de 12 em 12 horas por 3, 5, 7 dias), ai o paciente toma
junto, no mesmo horário facilitando a vida dele.
Aluno
pergunta: você falou que o anestésico que a gente mais usa aqui na clínica é a
Articaína, mas em um paciente diabético compensado a gente usa a Prilocaína, pode?
Professor:
Se for paciente compensado pode lidocaína, prilocaína, articaína. E um paciente
levemente descompensado, glicemia 150 ou 170, pode usar lidocaína? Ou tem
que usar prilocaína? Tem que esperar, mas se o paciente tiver morrendo de dor e
você tem que infiltrar um anestésico ali para tirar a dor do paciente. Pode usar a
lidocaína. O que diz a literatura hoje? Tem que botar na balança, a
prilocaína é indicada só que depende do procedimento por causa da duração de
ação, a duração dela é curta e tem a vasoconstrição. Você pode usar sem
problema nenhum a lidocaína,
contanto que no máximo 2 tubetes no paciente adulto, é seguro.
Dente incluso não pode
ser operado quando paciente tem infecção. O conceito
antibioticoterapia profilático ou terapêutico é baseado na presença ou não de infecção estabelecida. Se você operou o
paciente e não tinha infecção (por mais que você prescreva depois) é profilático. Tem-se uma infecção, um abscesso, é terapêutico. O
que determina profilático não é porque foi prescrito antes ou depois o
antibiótico, o que estabelece terapêutico ou profilático é a presença ou não de
infecção.
Profilático
o uso sempre é com um espaço de tempo menor e terapêutico sempre é maior, por
isso que normalmente 7 dias o uso é terapêutico. Infecção? 7 dias, 10 dias. E
quando é pra supostamente prevenir uma infecção, normalmente o uso é de 3 a 5
dias. Eu só faço depois da cirurgia. Por que eu faço depois, profilático?
Porque existe dente incluso que você tira em 5 minutos sem desgastar osso, eu
não acho necessário prescrever antibiótico e a literatura também não acha.
Incluso
mais prevalente: o mais prevalente é o terceiro molar inferior, é o que mais
acontece e é o que dá mais trabalho, mas terceiro molar superior quando resolve
complicar é o que complica mais. Vai para o seio maxilar, vai para a fossa infra
temporal...
Acessos
para cirurgia de dentes inclusos
Incisão
de Maurel (Figura
do Alan, 2012)
Cirurgia
de dente incluso é um procedimento traumático, muitas vezes corta bastante
osso, fica um edema pós-operatório muitas vezes importante por mais que se faça
Dexametasona, é uma cirurgia importante e muitas vezes traumática.
O
que nós devemos saber em termos de considerações anatômicas, anatomia, para remover
um terceiro molar inferior? Em cirurgias de terceiro molar inferior nós temos
estruturas importantes que geram ações judiciais quando são lesadas. Quais
seriam essas estruturas mais importantes? Nervo
alveolar inferior e nervo lingual. O alveolar inferior tem um trajeto
intraósseo no canal mandibular e o nervo lingual tem um trajeto pela mucosa, de
forma mais superficial.
Qual deles é o mais fácil de nós
lesionarmos? O nervo lingual, pois é mais superficial.
Qual seria o de melhor prognóstico
se ocorrer uma parestesia? Ou seja, qual é aquele que tem
chance maior de regenerar? Se ocorrer
uma parestesia no alveolar inferior o paciente vai se queixar de dormência no
lábio e no queixo porque o alveolar inferior termina no mentoniano. Ele vem por
dentro do canal e se exterioriza no mentoniano. O mentoniano é a continuação do
alveolar inferior. E o lingual se for lesionado o paciente vai se queixar de
dormência na língua. Torçam para que
vocês não causem uma parestesia no lingual. Se vocês causarem parestesia no
alveolar inferior à chance de regeneração e dessa parestesia sumir é bem maior,
porque o alveolar inferior caminha dentro do canal mandibular, então se ele for
lesionado ele tem chance de encontrar o caminho e se regenerar, o lingual esta
solto na mucosa, o prognóstico do lingual é bem pior.
Aluno
pergunta: é normal a parestesia?
Professor:
A incidência de parestesia em cirurgia é normal, só que na literatura diz que
mais de 99% são parestesias temporárias, depois de 2 ou 3 semanas retorna, e
menos de 1 % são parestesias definitivas normalmente relacionadas ao trauma
cirúrgico. Às vezes o dente esta lá em cima do canal, por mais que se opere
tudo direitinho, atinge o canal.
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