Objetivo da proteção
pulpar à proteger o complexo dentinho-pulpar e
manter sua vitalidade, isso não quer dizer só na fase de colocar o material,
mas qualquer coisa ou ação sua tentando prevenir uma agressão a polpa faz parte
da proteção pulpar. Então o fato de você usar uma broca nova, remoção de tecido
cariado sem força, usar uma broca pra preparo com irrigação, fazer uma limpeza
de cavidade de maneira adequada.
A
polpa tem 4 funções principais:
1. Formativa
– é a fase inicial da odontogênese, onde a papila dental que vai dá origem a
polpa estimula a formação de dentina.
2. Indutiva
– faz a diferenciação de epitélio oral em lâmina dental.
3. Nutritiva
– responsável pelos metabólitos dos tecidos conjuntivos.
4. Protetora
– temos células de defesa, mecanismos de sensibilidade da dor e fornece sinal que
algum dano está acontecendo aquele tecido.
Polpa
jovem
|
Polpa
envelhecida
|
Rica em células
|
Fibrose
pulpar
|
Pouca fibrosa
|
Tecido conjuntivo denso
|
Tecido conjuntivo frouxo
|
Hialinização
(formação de cartilagem)
|
Processos metabólicos facilitados
|
Presença de calcificação
difusa
|
|
Dificuldade
no processo metabólico
|
As
diferenciações entre uma polpa jovem e a envelhecida podem ter como base essa
ideia pra tomar decisão de fazer ou não uma terapia pulpar conservadora.
Por exemplo: paciente que você tá removendo tecido cariado, ocorreu uma
exposição acidental, você vai agir da mesma maneira quando acontecer isso em um
paciente jovem ou paciente adulto normal ou paciente mais idoso? Tecnicamente
de fazer o procedimento é igual, mas tem que lembrar que onde você está atuando
é um tecido que vai diferenciar em um paciente jovem e um adulto. Paciente
jovem tem câmara mais ampla, quando você vai remover uma cárie, uma lesão, a
chance de você expor é maior, além disso, em contrapartida aquele tecido tem
uma resposta de reparo melhor do que uma polpa mais idosa, de um paciente mais
velho, por quê? Lá você tem mais células, o tecido conjuntivo não esta tão
hialinizado, esta mais frouxo, circula melhor os fluidos superficiais, a vascularização
é melhor, então todo metabolismo do reparo, a atividade celular ela é mais
intensa e uma polpa jovem, então todos os processos metabólicos são facilitados
em uma polpa jovem, então você vai fazer uma pulpotomia, uma proteção pulpar
direta, no paciente jovem tem grande chance de dar sucesso. Já no paciente de
mais idade você pensa duas vezes, “será que vai dar certo”?, Pode até tentar,
mas a chance de dar certo é menor. Já na polpa envelhecida é o contrário, nós
temos uma grande quantidade de fibras já dentro da polpa, por conta disso um
tecido conjuntivo denso, frouxo, então a circulação dos fluidos, dos
metabólitos, da própria nutrição celular já fica dificultada, podemos ter a
presença de algumas áreas de hialinização e calcificação distróficas também na
polpa, algumas áreas da polpa já se encontram até calcificadas, com algum
centro de calcificação, então tudo isso na polpa de um paciente mais idoso. As
vezes polpa envelhecida não quer dizer que o paciente tenha 70 anos, mas uma
polpa envelhecida pode ser no paciente mais jovem também, num dente que esteja
recebendo o trauma exagerado, por exemplo: um molar sofreu mesialização, ou
pré-molar onde teve uma perda do 1° molar e dois pré-molares se movimentarem e
acabaram recebendo toda carga mastigatória posteriores desses dois pré-molares,
então aquele trauma, aquele excesso de força exagerada, leva a uma retração,
uma formação em dentina secundária, consequentemente aqueles pré-molares vão
ter uma polpa com dentina envelhecida mesmo paciente sendo jovem, não ta só
relacionado a idade, mas a questão do próprio estímulo que acaba interceptando
na sua função. Então todo processo aqui é dificultado na condição da polpa
envelhecida. Então se quiser colocar um hidróxido de cálcio pra ponte de
dentina também não acontece essa formação por ter um metabolismo mais lento com
mais dificuldade.
Relacionado
a isso nós temos diferentes graus de estimulação da polpa, ou seja, diferentes
tipos de agressão que acontece naquele tecido.
Grau I seria
o estímulo mais discreto, mais comum que a gente vai se deparar que é aquela cárie crônica,
então, acontece a lesão de cárie, é a própria lesão de cárie esta com uma
quantidade bacteriana liberando toxinas que estão promovendo uma certa
agressão, um estímulo, então nesse primeiro grau você tem degeneração das extremidades odontoblásticas,
ou seja, o processo odontoblástico dentro do canalículo dentinário vai se
degenerando e vai retraindo, na tentativa de quê? Mineralizar e obliterar
aquele túbulo dentinário para aumentar a distância do estímulo agressivo em
direção ao tecido pulpar, na formação de dentina esclerosada reacional.
Grau II
seria a completa
degeneração do prolongamento dos odontoblástos, teremos ai o quê? A
presença de tratos mortos que são aqueles túbulos dentinários que não contém
mais a célula odontoblástica ali dentro (dentina infartada), e a nível pulpar
temos uma formação na tentativa de aumentar também a distância do estímulo
agressor em direção ao tecido conjuntivo frouxo da polpa, formação de dentina
ocupando parte da câmara pulpar, onde existia anteriormente aquele tecido.
Ø Nível
Dentina
Ø Nível
Pulpar: dentina
diminui de tamanho (restauração que
infiltra, mas o paciente possui boa higiene bucal)
Grau III
seria a morte
completa dos odontoblástos, uma matriz altamente calcificada,
tubular e inibição da capacidade de defesa da polpa.
Ø Nível
pulpar: Matriz atubular calcificada, inibição da capacidade de defesa da polpa.
Quais são os tipos de dentina que a gente vai se deparar durante
o atendimento clínico?
Dentina primária
que é aquela que é formada durante a odontogênese, então durante a formação do
órgão dental, você terá, a papila dental que vai começar a formar a pré -
dentina, essa dentina vai mineralizar, então, essa dentina que é formada durante a
odontogênese é a dentina primária e vai ser formada até a hora que o
dente entra em função, o dente rompe na cavidade bucal, ou seja, dentina
formada antes da erupção do dente.
A
partir daí teremos a dentina secundária/
esclerose fisiológica que sofre com o tempo uma esclerose fisiológica, ou
seja, é normal, é natural o órgão dental que os túbulos dentinários com o
passar da idade, com o passar dos anos eles venham a se esclerosar, o que é
esclerosar? É até um termo assim que se pode pensar pejorativo, mas esta
relacionado a envelhecimento, então com o passar do tempo, com o passar dos
anos esses túbulos vão se obliterando, vai havendo uma deposição de mineral no
túbulo, ele vai sendo obliterado, fechado, então esse é o mecanismo natural,
fisiológico. Mecanismo pelo qual ocorre através de estímulos de baixa intensidade.
Dentina terciária,
também chamada reparadora, irritacional,
ou uma esclerose reacional ou uma
esclerose patológica que os autores chamam, nós teremos uma formação de uma
dentina em resposta a um estímulo agressivo, então esses túbulos vão
estar presentes às vezes são túbulos irregulares, tortuosos, em menor número,
geralmente ela se localiza em uma área onde esta havendo uma agressão, então se
tem um corno poupar que está recebendo um estímulo agressivo em uma lesão de
cárie, logo abaixo você vai terá essa dentina reacional, dentina terciária
sendo formada em resposta àquela defesa, reacional quer dizer que esta reagindo
em relação à agressão que esta acontecendo.
Por que a dentina
reacional fica escurecida?
Porque quando há perda de mineral do tecido
dentinário o colágeno fica exposto e entra em contato com o açúcar fermentável,
esse colágeno começa a se degenerar, sofre alteração molecular no colágeno que
o leva ao escurecimento da dentina. Assim sendo, temos o processo de Miller.
Permeabilidade
da dentina
ü Tipo de dentina
ü Número de túbulos por mm2
ü Diâmetro dos túbulos
ü Presença de Smear Layer
ü Agressão bacteriana
Esses tipos de dentina possui permeabilidade,
então qual o tipo de dentina que você acha que é mais permeável? Qual a
importância da permeabilidade dentinárias? A permeabilidade dentinária é
importante porque quanto mais permeável for aquele tecido, mais facilmente
qualquer substância que eu coloque em contato com aquele tecido, pode pela
permeabilidade alcançar o tecido pulpar. Então por exemplo a dentina vai ter
permeabilidade em seus diferentes tipos:
primária, secundária e terciária. Na
dentina primária num paciente jovem, numa dentina hígida que você vai ter a
dentina amarelinha, branquinha é altamente permeável. Talvez uma cavidade média
necessite ali de uma proteção com ionômero. Já um paciente quando você tem uma
dentina terciária, reacional, dentina bem esclerosada, também não é necessidade
você colocar ionômero, a resina vai relevar em consideração outros pontos: o
volume do material a ser preenchido na restauração, por isso que é importante a
permeabilidade. Então depende também do número
de túbulos por mm2, ou seja, se sabe que quanto mais próximo da
polpa, maior a quantidade de túbulos dentinários e mais esses túbulos estão
abertos, então ali você tem a saída do prolongamento do odontoblástos da camada
odontoblástica que esta dentro da dentina, então os túbulos ali estão mais
abertos, presença celular dentro desses túbulos e a presença de Smear Layer, se você faz o preparo cavitário, você
produz uma lama dentinária, essa lama dentinária fica ali sob as paredes do
preparo, então essa lama possui restos de bactérias, restos celulares, resto de
restauração, se tiver feito a remoção de uma restauração e essa lama
dentinária, pode obliterar o túbulo dentinário e cobrir aquela entrada dos
túbulos e mesmo penetrar dentro do túbulo numa certa profundidade, se ela tiver
presente , ela diminui a permeabilidade, mas nem sempre a gente quer manter
essa lama dentinária, porque a presença dela interfere também em outras
características, como por exemplo: a possibilidade de uma adesão química de um
material como ionômero na parede do tecido dentinário, uma reação do cálcio,
ela impede e dificulta também o mecanismo de adesão dos sistemas adesivos que
vamos ver na próxima aula.
* Aluno: a morfologia de progressão da lesão
de cárie em dente anterior e posterior é diferente? , porque em dente anterior
a cárie vai progredindo como se fosse um triângulo com a base...
Professor: Você esta falando a dinâmica de
progressão da cárie? Não. Quando você tem uma cárie de sulcos e fissuras, na
região oclusal, na região do sulco ela tende a progredir como se fosse um
triangulo com o ápice voltado pra fissura/sulco e a base pra junção
amelodentinária. Depois da junção amelodentinária ela se estende, por isso que
gera essa base mais ampla do triângulo, e em direção a polpa forma de novo um
ápice. Na região de superfície lisa é o contrário, geralmente começa larga
formando o ápice do triangulo para a junção amelodentinária, depois ela se
propaga de novo e vai com ápice do triângulo em relação a polpa.
A característica tubular da dentina, dos
túbulos dentinários, interfere extremamente na permeabilidade dentinária e por
consequência devemos lembrar-nos disso quando estiver colocando qualquer
substância na dentina. Substância de irrigação, lavagem, medicamento, próprio
material de preenchimento, quando for fazer uma cimentação de uma peça
protética ou provisória e o dente for vital, dependendo da profundidade do
preparo de coroa ou onlay você vai ter uma intima relação entre a parede do
preparo e a câmara pulpar.
Estrutura
Tubular
Profundidade Número
de túbulos Diâmetro % do volume de dentina
Junção esmalte-dentina 10.000 a 20.000 0,87 4%
Próximo a polpa 45.000 a 50.000 2,50 28%
|
Com essas características aqui você já tem
uma noção da permeabilidade do tipo de dentina, próximo a junção
amelodentinária e próximo ao tecido pulpar. Além disso, uma parede de fundo
localizada próximo a polpa, com essas características aqui, vai ser uma
cavidade onde o mecanismo de adesão do sistema adesivo vai ser bem mais
desafiante do que na região amelodentinária.
*Perguntas
Quanto mais próximo à polpa mais túbulos
dentinário e maior o diâmetro. Eu achava que tinha menos dentina, seria menor a
porcentagem de dentina.
Professor: A dentina tem a porção peritubular
que envolve o túbulo e a dentina intertubular que está entre os túbulos, então
como tem mais túbulo a quantidade de dentina intertubular é bem menor, mais
área ocupada pelos túbulos dentinários. Por isso que nessa região próximo a
polpa a permeabilidade é bem maior. Quando na tabela fala 28% está se referindo
a quantidade de túbulos que representa volume total, enquanto na junção
esmalte-dentina se fizermos um corte e contar a quantidade de túbulo vamos ter
apenas 4% e se for próximo a polpa vou encontrar muito mais representando 28%.
Na
minha cabeça clínica, o que deverei saber? Quanto mais profundo minha cavidade
mais permeável ela é. Mais relação vai existir com qualquer substancia que eu
coloque e a polpa dental. Muitas vezes uma cavidade profunda com meio milímetro
de distancia já tem micro exposição pulpar em termos de microscópio, não tenho
sangramento visível clinicamente, mas já considero que já existe alguma relação
direta entra a substancia, entre o adesivo e a própria polpa.
Espessura dentinária
Isoladamente é o fator mais importante na
prevenção de reações pulpares
Isso que muitas vezes a gente chega e
pergunta já fez a radiografia? Você tem que ter uma noção de profundidade. Muitas
vezes você tem uma via de entrada com uma cavidade pequena e você radiografa e
tem uma lesão maior lá dentro, tem que ter noção quando for remover tecido
cariado da relação que existe entre fundo da cavidade e teto da câmara pulpar.
Se estiver muito próxima, se tem risco de expor a polpa, tudo isso vai
interferir na sua decisão clinica. Vou remover todo tecido, tentar fazer
tratamento expectante, há risco de fazer uma exposição pulpar, que restauração
que vou fazer se de ionômero ou resina ou amalgama.
2mm remanescentes: resposta pulpar mínima aos
procedimentos restauradores
0,5mm remanescentes: reduz o nível de
toxicidade de um material em 75%
1,0mm remanescentes: idem em 90%
É pra decorar isso pra prova. Quanto mais
dentina, menor a chance de está agredindo a polpa com algum material que
coloque ali, dai importância de se fazer um preparo conservador, sempre que
possível.
Capacidade de tamponamento
Além disso, quanto mais dentina tiver vou ter
túbulos dentinários, esses túbulos vão está com liquido intersticial, então se
eu colocar algum agente agressivo tem a capacidade tampão desse líquido
intersticial de tamponar aquela substancia. Porque que quando vou fazer uma
rest. Resina composta coloca ataque ácido ou vai dissolvendo até chegar na
polpa? O ácido penetra até uma distancia na dentina, dentro do túbulo também e
depois é tamponado e vai perdendo seu poder de penetração, pois o pH vai sendo
aumentado.
Técnicas
1.
Proteção
indireta (capeamento pulpar indireto)
2.
Proteção
direta (capeamento pulpar direto)
3.
Tratamento
expectante
Ainda existe também curetagem, pulpotomia.
Proteção
indireta visa prevenção de trauma
e cárie; colocar o
material pra evitar estímulos elétricos e térmicos (boa barreira elétrica e
térmica), cuidados
durante o preparo cavitário
(menos atrito e menos calor), boa limpeza da cavidade, utilização
de selantes como sist. adesivo, forramento ou base (ionômero de vidro principalmente) sobre a dentina
hígida. É uma lesão profunda que tem uma relação mais intima com a câmara
pulpar, então você vai colocar material de proteção. Toda vez que você for usar
hidróxido de cálcio é ideal é que você cubra com outro material como o ionômero
ou pra fazer amalgama ou a resina. Porque o amalgama? Porque você vai fazer
condensação e esse ato pode gerar fratura desse material, não resiste tanto à
compressão. Se for fazer resina, fez o hidróxido de cálcio e for fazer ataque
ácido em cima, esse material é altamente alcalino, se tá colocando ácido vai
antagonizar pra reação que você quer que ele atue, ele pode acabar não
remineralizando aquela região. Outro ponto ele é hidrossolúvel, o que você faz
depois do ácido? Lava. Então vai interferir na ação desse material, precisa
cobrir ele com ionômero de vidro. Você tem duas opções: ou coloca hidróxido de
cálcio e ionômero de vidro esperar 7 min pra pressa inicial e faz a restauração
de resina, ou coloca hidróxido de cálcio e preenche tudo com ionômero e na
outra sessão faz a restauração que é o ideal, porque o ionômero de vidro tomou
pressa durante 24hr, adesão química vai ser melhor, quando for fazer o preparo
vai resistir melhor a trepidação da caneta e da broca.
Qual seria o objetivo de usar um adesivo na
parede de fundo pra fazer rest. de amalgama?
O amalgama tem uma característica de sofrer
corrosão durante tempo e essa corrosão libera sais de prata que vai pigmentando
o tecido dentinário e em algumas áreas pode se tornar antiestético, então o
adesivo atua como verniz cavitário que era utilizado pra amalgama antigamente
pra impedir a pigmentação por prata causada pela corrosão do amalgama. E o
adesivo também é um bom isolante elétrico e térmico. Se trabalhar só com
amalgama não é obrigatório isolamento absoluto, enquanto se você for trabalhar
com adesivo e amalgama tem que fazer. Seria uma desvantagem, outra seria se
você já teve todo trabalho das etapas de resina, porque vai fazer com amalgama?
(Busato, 2005)
Proteção
pulpar direta (Acidental) aqui você já tem exposição pulpar em
condições favoráveis ou não. Por exemplo: você está removendo tecido cariado,
cavidade altamente contaminada e expões a polpa é uma condição desfavorável; ou
você já removeu tecido cariado e vai fazer um preparo de amalgama e acabou
expondo a polpa é uma situação mais favorável, pois tem menos contaminação.
Nessa técnica o ideal é que você tenha (radiografia interproximal – Técnica de Bitwing), isolamento prévio, porque vai trabalhar diretamente na polpa evitando
contaminação ao máximo que vai interferir no processo de reação pra formar
barreira de ponte de dentina na tentativa de fechar a exposição. Então você vai
fazer remoção total da cárie, depois lavagem da cavidade com água de Cal –
Hidróxido de Cálcio PA + água destilada, somente usar a parte que esta em
suspensão, (lavagem é pra tentar paralisar o sangramento, como é uma solução
associada a hidróxido de cálcio e este tem PH altamente alcalino
descontaminando a região e preparando o meio para ação do hidróxido de cálcio
PA); aplicação de hidróxido de cálcio PA (pó) vai tentar fazer uma necrose
superficial do tecido pulpar exposto e estimulando formação de novo tecido
dentinário (ponte dentinária); aplicação do cimento de hidróxido de cálcio
(Porque não coloca logo o cimento? Porque ele diretamente na polpa não vai
ficar aderido; então o pó consegue se aglutinar com liquido intersticial da
polpa pra formar um tampão e depois colocar o cimento, mas a ação dos dois é a
mesma); colocação de cimento temporário (CIV) modificado por resina; MTA, radiografia mediata e após 45-60 dias radiografar de novamente para
comparar e verificar formação de ponte de dentina.
Qual o grau de exposição pulpar que vou usar
como critério pra escolher qual proteção direta vai fazer? Se a exposição for
muito grande vai partir pra curetagem.
Nessa exposição pulpar tem sangramento? Sim
(Busato, 2005)
Tratamento expectante (Expectativa que remineralize). (prova
2014/1)
Objetivo principal – preservar a polpa em
lesões de cárie profunda com risco de exposição pulpar e sem sinais clínicos de
inflamação pulpar irreversível. É importante que você faça uma radiografia prévia a sua intervenção, se você observa
que existe um intimo contato entre o fundo da cavidade e a câmara pulpar, ou
seja, existe um risco de exposição pode lançar mão do tratamento expectante.
Mas quando vou fazer tratamento expectante ou não? O que vai me guiar são os
sinais clínicos da condição pulpar que o paciente apresenta. Se o paciente tem dor espontânea, dor de longa duração, dente dói
sem motivo nenhum, dor pulsátil, quando vai deitar aumenta a dor sendo sinais
clínicos de pulpite irreversível, então não adianta fazer trat. expectante. Agora se é uma dor causada por estímulo, se
radiografou e não tem espessamento do ligamento periodontal, ainda tem toda a
presença da lamina dura no periápice essa polpa ainda está com vitalidade tendo
potencial de regeneração. Primeiro saber essa decisão clinica do diagnostico
pulpar.
Distinção entre dor dentinária e pulpar
-- Dor dentinária – aguda lancinante e localizada, provocada
por estímulo (frio, quente, açúcar, ácido).
-- Dor pulpar – advém lentamente, é pulsátil e difusa,
aumenta com o paciente em decúbito, espontâneo.
Técnica
Remoção parcial de cárie deixando dentina
cariada afetada/interna; aplicação de cimento de hidróxido de cálcio se não
tiver o cimento pode ser o pó também; colocação de restauração provisória (CIV
ou OZE); Radiografar; Radiografar e reabertura após 45-60 dias; remoção total
da cárie e forramento finalizando com a restauração definitiva.
Qual a diferença entre o
trat. expectante e a proteção pulpar indireta?
Na proteção pulpar indireta você não vai
tentar remineralizar e vai remover todo tecido cariado, no expectante você não
removeu toda a cárie, você tentou remineralizar sendo feito em duas etapas,
enquanto, proteção pulpar indireta vai
fazer em uma sessão.
Proteção do complexo dentino pulpar
Cavidade rasa – tratamento
conservador, sist. adesivo e resina.
Cavidade média – mesma coisa.
Cavidade profunda – dependendo da
relação com a polpa fazer só hibridização ou colocação de ionômero de vidro +
sist. Adesivo + restauração.
Cavidade bastante
profunda – menos de meio milímetro cimento de hidróxido de cálcio + ionômero de
vidro + sist. Adesivo + restauração.
Exposição pulpar – fazer capeamento pulpar
direto.
Outros dois tratamentos conservadores da
polpa
Curetagem
pulpar você tem lesão de
cárie e essa lesão já está expondo a polpa, mas as características são de
pulpite reversível.
Exposição pulpar em condições favoráveis;
ampliação do orifício, em seguida remoção da polpa (1,5mm); lavagem com soro
fisiológico ou água de Cal; hemostasia; corticoide (OSTOPORIN) 10 a 15 min;
aplicação do hidróxido de cálcio PA; cimento de hidróxido de cálcio; ionômero
de vidro e restauração.
Qual a diferença entre a curetagem e proteção
pulpar direta? Na curetagem tem a remoção parcial da polpa e na prot. Pulpar
direta não.
Pulpotomia
vai fazer também uma proteção pulpar, só que
tem um grau maior de degeneração. E
porque vai fazer pulpotomia e não pulpectomia? Porque muitas vezes o dente
acabou de erupcionar e a rizogênese dele ainda não está completa, então se for
feito pulpectomia e retirar aquela polpa o ápice pode não se formar totalmente.
Então tentamos um tratamento de manter a polpa radicular pra que haja
rizogênese completa e depois se não deu certo com a raiz completa pode fazer
pulpectomia total e tratar canal. Pulpotomia é muito utilizada em pacientes
jovens que a raiz ainda não esta completa.
Técnica
Remoção do teto da câmara pulpar; excisão da
polpa coronária e 0,5 mm da entrada dos canais; lavagem; hemostasia; aplicação
corticoide; aplicação do hidróxido de cálcio PA; cimento de hidróxido de
cálcio; ionômero de vidro e restauração.
Indicação de pulpotomia
Favoráveis
·
Sangramento
normal, cor vermelho vivo.
·
Polpa
consistente ao corte pastosa
·
Coroa
dentária com paredes
Desfavoráveis
Justamente o contrário
·
Sangramento
ausente ou escuro.
·
Com
processo inflamatório avançado
·
Polpa
de consistência degradável, quase liquefeita.
·
Grande
destruição coronária
Dentina Cariada: Quando não removê-la.
ü Órgão
dental capaz de sofrer reparo – Total Cicatrização
ü Reparo
Celular
ü Cicatrização
ü Dor-Estimulo
da Polpa
Resposta Imunológica
O órgão dental é capaz
de sofrer reparo?
ü Esmalte
remineraliza – Processo físico-químico – mancha branca.
ü Dentina
Remineraliza – Processo Biológico – Esclerose dentinária, reparo pulpar.
ü Polpa
se recupera – De um processo inflamatório de baixa intensidade (por exemplo
contato pré-maturo)
Histologia do complexo
dentino-pulpar
ü Polpa:
Tec. Conjuntivo frouxo (facilidade de metabolismo, troca de metabolitos, entre
as células, não tem fibras presentes), espaço entre célula, zona rica em
células, zona acelular, zona de diferenciação, tec. da pré-dentina (rica em
proteína). O contato estimula a diminuição da câmara pulpar.
ü Especializada
ü Alta
capacidade de reparo (funções)
ü Aprisionada
por paredes rígidas
Fibras N. Delta C
|
Prolongamento Dentinário
|
Fraturas
Dentina Exposta
|
ü
Osmose pH baixo
ü
Frio
ü
Calor
ü
pH baixo
2* Mineralização
ü
Esclerose dentinária (fisiológica)
acontece durante toda a vida do dente.
ü
Lesão
|
Dentina Terciária
|
Câmara Pulpar
|
Dentina esclerosa
|
3* Inflamação Aguda
Crônica
ü
RESPOSTA CELULAR (Fagocitose Bacteriana)
ü
SISTEMA CIRCULATÓRIO, faz com que haja
células de defesa na área, caso do corpo estranho, ele é fagocitado e excretado
(excreção)
Acumulo
bacteriano
|
Ácidos orgânicos
|
Desmineralização
|
> Permeabilidade
|
Aumenta a Difusão dos
Agressores para polpa
|
Reversível ou Irreversível
|
Resposta inflamatória
|
Carie Dental
- O dano irreversível a polpa é um evento muito tardio no processo carioso
mesmo se a destruição for grande e profunda.
- A polpa tende a ser
normal sob uma lesão cariosa
paralisada antiga, mesmo se a destruição for grande e profunda.
- As alterações
patológicas são insignificantes
quando a distância entre o fronte bacteriano (fundo da cavidade) e a polpa é de
1 mm ou mais.
Dentina cariada Superficial ou externa (INFECTADA): (prova 2014/1)
·
Irreversivelmente
desnaturada (PODRE)
·
Não remineralizavel
·
Muito infectada
·
Não sensível e Morta
Dentina cariada profunda (AFETADA), Não sofreu desnaturação das
fibras colágenas (parte proteica do tecido), parcialmente afetada, sensível e
vital: (prova
2014/1)
·
Reversivelmente
desnaturada
·
Remineralizável
·
Pouco infectada
·
Sensível e vital
Dentina cariada ativa = Úmida, aspecto de
lama, esbranquiçada opaco.
Dentina cariada inativa = Dura, escurecida,
irregular
Sinais e sintomas
Exame
Radiográfico
|
|
#HIPEREMIA
|
# INFLAMAÇÃO IRREVERSÍVEL DA POLPA
|
- Ausência de lesão periapical
|
+ Pode apresentar lesão apical
|
- Pode apresentar espessamento do ligamento
periodontal
|
+ Espessamento do ligamento periodontal
|
- Presença de remanescente sob lesão
cariosa (Tem dentina em baixo da lesão)
|
+ Lesão cariosa profunda sem remanescente
de dentina visível (o escuro da dentina se comunica com o escuro da câmara
pulpar)
|
Dor (sintomatologia)
|
|
Dor dentinária
|
Dor Pulpar
|
- Provocada
|
+ Espontânea
|
- Interrompe com a remoção do estimulo
|
+ Não passa com remoção do estimulo
|
- Curta duração
|
+ Continua e pulsátil
|
- Analgésicos eficazes
|
+ Analgésicos não eficazes
|
Exames de tecidos moles
|
|
- Ausência de fistulas ou abcessos relacionados
ao dente
|
+ Presença de fistulas ou abcessos
relacionados ao dente
|
- Ausência de dor a palpação
|
+ Presença de dor a palpação
|
Exames de Percussão
|
|
- Pode não apresentar a dor a percussão
vertical.
|
+ Pode ou não apresentar dor a percussão
vertical.
|
|
+ Lesão periapical aguda
|
* Obs: Também quando positivo pode ser
pericementite, que é uma condição reversível, talvez ocasionada por um
contato pre-maturo. Inicialmente hiperemia, mas pode evoluir para uma
inflamação
|
# HIPEREMIA
|
# INFLAMAÇÃO IRREVERSÍVEL DA POLPA
|
- Sangramento (quando exposta), tratamento
pulpotomia.
|
+ Sangramento (quando exposto), tratamento
endodôntico
|
- Vermelho vivo.
|
+ Amarelado, seroso ou escuro (vinho tinto)
|
- Hemostasia controlada (água de cal,
Ca(OH)2 P.A.
|
+Quando ausente, Necrosado
+ Quando abundante, difícil controle da
hemostasia.
|
- Polpa consistente ao corte
|
+ Polpa degrada facilmente
|
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