CAPÍTULO
3
DOENÇAS DA POLPA E DO
PERIÁPICE
PULPITE:
É a inflamação da polpa dentária, um tecido
conjuntivo especializado localizado no interior do órgão dentário e revestido
de tecidos mineralizados.
Quando
um estímulo externo atinge um nível nocivo, ocorrem a desgranulação dos
mastócitos, a diminuição do fluxo de nutrientes e o dano celular. São liberados
numerosos mediadores inflamatórios (ex.: histamina, bradicina, neuroquinina, neuropeptídios,
prostaglandinas). Esses mediadores causam vasodilação, aumento do fluxo
sanguíneo e extravasamento vascular com edema. No entanto, a polpa dentária
localiza-se em uma área muito limitada. A dilatação ativa das arteríolas
proporciona um aumento na pressão pulpar e a compressão secundária do retorno
venoso, a qual leva a estrangulação do fluxo arterial. A elevação das pressões
pulpares, associada ao acúmulo de mediadores, pode levar ao dano vascular, ‘a inflamação
pulpar e à necrose tecidual.
PRINCIPAIS
ESTIMULOS NOCIVOS:
- Dano mecânico: acidentes
traumáticos, iatrogenias por procedimentos dentários, atrição, abrasão e
alterações barométricas.
- Injúria térmica:
podem
ser transmitidos através de grandes restaurações metálicas não isoladas,
como preparo de cavidades, polimentos e reações químicas exotérmicas dos
materiais dentários.
- Irritação
química: podem
resultar de erosão ou pelo uso inadequado de materiais dentários ácidos.
- Efeitos
bacterianos:
as bactérias podem irritar a polpa através de toxinas ou diretamente por
extensão de cáries ou transporte via vascular.
→ Pode ser classificada
como: aguda ou crônica, subtotal e generalizada, infectada ou estéril.
PULPITE
REVERSÍVEL
Denota
um grau de inflamação pulpar no qual o tecido é capaz de retornar ao estado
normal se os estímulos nocivos forem removidos.
Clínicas: expostos a
temperaturas extremas apresentam dor de intensidade leve a moderada, de curta
duração. Embora o calor possa desencadear a dor, o dente afetado responde mais
fortemente aos estímulos frios (gelo, bebidas e ar frio). A dor não ocorre na
ausência de estímulos e regride segundo após sua remoção.
Histopatológicas:
Demonstra hiperemia, edema e um infiltrado
celular inflamatório crônico abaixo da região dos túbulos dentários afetados.
Pode ser observada dentina secundária reparadora na parede dentinária adjacente
e células inflamatórias agudas dispersas.
Tratamento
e prognóstico: é
tratada pela remoção do irritante local.
PULPITE
IRREVERSÍVEL
Significa
que foi desenvolvido um nível mais alto de inflamação no qual a polpa dentária
sofreu um dano além da possibilidade de recuperação.
Clínicas:
Costumam
sentir uma dor aguda, acentuada após estímulos térmicos e a dor continua após
cessado o estimulo, a dor pode ser espontânea ou continua, e ser exacerbada
quando o individuo se abaixa. O dente responde ao teste pulpar elétrico em
níveis mais baixos de corrente.
Histopatológicas:
Demonstra
congestão das vênulas, que resulta em necrose focal. Esta zona de necrose
contem leucócitos polimorfonucleares e histiócitos. O tecido pulpar
circunjacente exibe fibrose e uma mescla de plasmócitos, linfócitos e
histiócitos.
Tratamento
e prognóstico:
Tratadas
por extração ou por tratamento endodôntico.
→ Alterações inflamatórias propriamente ditas (irreversível)
- PULPITE AGUDA
SEROSA
A condução de estímulo sensorial da polpa
para o córtex cerebral se dá por fibras nervosas A Delta mielinizadas o que
leva do ponto de vista prático-clinico ao reconhecimento específico e pontual
do dente comprometido pela pulpite.
É o estágio mais inicial da pulpite aguda,
caracterizada por fenômenos vasculares e formação de exsudato seroso.
Histopatológicas:
Caracteriza-se pela presença de congestão,
edema, infiltração moderada de neutrófilos, e pode apresentar também
desorganização da camada odontoblástica próxima a área envolvida.
2.
PULPITE AGUDA PURULENTA
Evolução
do quadro seroso, pelo fato de ocorrer destruição de tecido pulpar em
decorrência do processo purulento as fibras nervosas que conduzem o estímulo ao
córtex cerebral são fibras amielinícas de tipo C, que diferentemente da fibra a
delta conduz o estimulo lentamente e passa por vários processos de modulação no
caminho o que leva a um padrão de dor de reconhecimento de fuso, às vezes
paradoxal.
É
uma forma de inflamação aguda caracterizada pela formação de áreas de abscesso
na polpa dental.
Histopatológicas:
A
pulpite aguda é caracterizada pela predominância de polimorfonucleares no
exsudato. São observados também destruições localizadas e formação de
microabscessos contendo pus.
3. PULPITE CRÔNICA ULCERATIVA
Caracteriza-se
pelo quadro de uma inflamação crônica, com exposição pulpar ulcerada. Pode ser
observada infiltração da polpa dental com células redondas mononucleares,
capilares dilatados e fibras colágenas quase sempre reunidas em feixes. Por
vezes encontra-se microabscessos circundados por uma parede de tecido
conjuntivo fibroso.
4. PULPITE CRÔNICA HIPERPLÁSICA
Uma inflamação pulpar com um padrão
único. Também denominada de pólipo pulpar, caracteriza-se pela intensa
proliferação de tecido cronicamente inflamado, em polpa exposta dotada de alta
resistência.
Histopatológicas:
Apresenta
uma cobertura de tecido de granulação inflamado subagudo, que lembra o observado
no granuloma piogênico. A superfície do pólipo pode ou não ser coberta por
epitélio pavimentoso estratificado, que migra de gengiva adjacente ou se
origina do epitélio descamado contido nos fluídos orais. O tecido pulpar
profundo apresenta um infiltrado inflamatório crônico.
A
pulpite aguda pode levar a necrose por dois motivos:
·
A
polpa estar circundada por tecido morto (esmalte);
·
A
vascularização ser terminal levando a necrose do tecido.
NECROSE
PULPAR
A necrose pulpar é o resultado final
das alterações inflamatórias da polpa dental.
Coagulação,
Gangrena que é a necrose de coagulação pelo tecido devido ao colapso
circulatório e liquefação que é a necrose úmida, a polpa é liquefada.
Os
produtos finais da necrose pulpar (gases, amônia, indol, cadeverina) associados
ou não a produtos bacterianos...
PERICEMENTITE
Refere-se à massa de tecido de
granulação cronicamente inflamado, no ápice de um dente desvitalizado.
Clínicas
A maioria dos granulomas periapicais é
assintomática, mas pode desenvolver dor ou sensibilidade se ocorrer uma
exacerbação aguda. O dente envolvido não apresenta mobilidade ou sensibilidade
significativa à percussão. O tecido mole que recobre a região periapical pode
ou não estar sensível. O dente não responde aos testes pulpares térmicos ou
elétricos, a menos que a necrose pulpar esteja relacionada a um único canal em
um dente multiradicular.
Radiográficas
Observa-se
uma radiotransparência de tamanho variável, e o dente afetado mostra a perda da
lamina dura apical. A lesão pode ser bem delimitada ou mal definida. O tamanho
é variável, ocorrendo lesões pequenas, pouco perceptíveis.
Histopatológicas
Consistem em tecido de granulação
inflamado, circundado por uma capsula de tecido conjuntivo fibroso. O tecido de
granulação apresenta infiltrado linfocitico denso variável, freqüentemente
associado a neutrófilos, plasmócitos, histiócitos e, menos freqüentemente,
mastócitos e eosinófilos.
Os
restos epiteliais de Malassez podem ser identificados no tecido de granulação.
Coleções de cristais de colesterol com células gigantes multinucleadas
associadas e áreas de extravasamento de hemácias com pigmentação por
hemossiderina podem estar presentes.
Tratamento
e prognóstico
As lesões inflamatórias apicais
resultam da presença de bactérias ou de seus produtos tóxicos no canal
radicular, nos tecidos apicais ou em ambos. O sucesso do tratamento
centraliza-se na redução e eliminação dos microorganismos agressores. Se o
dente puder ser mantido, o tratamento endodôntico deverá ser executado. Os
elementos sem possibilidades restauradores devem ser extraídos, seguido pela
curetagem de todo o tecido mole apical.
Os
osteoclastos são ativados pelos linfócitos T CD4 levando ao processo
inflamatório crônico levando ao granuloma.
→Por que o abscesso cronifica?
Por alguma intervenção com medicamento
diminuindo a concentração de bactérias e levando a granuloma.
→ Do que é composto o granuloma apical?
Linfócitos, plasmócitos, macrófagos,
fibroblastos, fibras colágenas capilares e restos epiteliais de Malassez.
Celulite
É uma inflamação difusa dos tecidos moles,
que não está circunscrita ou confinada a uma área, mas que, ao contrário do
abscesso, tende a espalhar-se pelos espaços teciduais e ao longo dos planos
faciais.
·
Ocorre em consequência da infecção por
microrganismos.
Os estreptococos
Hialuronidase e fibrinolisinas
Atuam
degradando ou dissolvendo
Ácido hialurônico, a substância cimentante
intercelular, e fibrina.
·
Hialuronidase é o fator de disseminação de
Duran-Reynals.
Histologia
·
Mostrará apenas uma exsudação difusa de
leucócitos polimorfonucleares e linfócitos ocasionais, como muito liquido
seroso e fibrina causando separação do tecido conjuntivo ou das fibras
musculares.
1) Angina
de Ludwig
É uma celulite grave que comumente, se inicia
no espaço submandibular e envolve secundariamente o espaço sublingual e
submentoniano.
Características
Clínicas
·
Tumefação lenhosa
·
Desenvolvimento rápido
·
Soalho da boca e consequente elevação da
língua
·
Geralmente o paciente tem febre alta, pulso e
respiração rápidos.
·
É observada também uma leucocitose moderada.
Tratamento
É baseado em quatro medidas:
1) Manutenção das vias aéreas
2) Incisão e drenagem
3) Antibioticoterapias
4)
Eliminação do foco infeccioso original
2)
Trombose do seio cavernoso
É
uma condição grave que consiste na formação de um trombo no seio cavernoso ou
em seus ramos comunicantes.
Características
Clínicas
·
Edema das pálpebras
·
Paralisia dos músculos oculares externos
·
Lacrimejamento
·
Calafrios e febre
Tratamento
·
O dente afetado deve ser extraído
·
A drenagem é necessária se houver presença de
flutuação
·
Corticoide sistêmico para pacientes que
desenvolveram insuficiência hipofisária.
Não
conseguimos diferenciar granuloma de
cisto através de radiografias e sim,
através de exames histológicos. Quando o dente esta sem coroa fazemos cirurgia,
no caso de ainda ter coroa fazemos endodontia.
Granuloma
periapical sente uma sensibilidade a precursão
Granuloma
Curetar
para não se transformar em cisto
residual.
CONCEITO
DE CISTO
É
uma cavidade patológica revestida por epitélio contendo em seu interior substância
líquida ou semi-sólida.
O
cisto é precedido pelo granuloma.
O
cisto baía é o cisto que está ligado à extremidade apical do dente.
CISTO
PERIAPICAL (CISTO RADICULAR; CISTO PERIODONTAL APICAL)
O
epitélio do ápice de um dente necrosado presumivelmente pode ser estimulado
pela inflamação para formar um cisto verdadeiramente revestido por epitélio, ou
cisto periapical. A resposta inflamatória parece aumentar a produção do fator de
crescimento de ceratinócitos pelas células do estroma periodontal, levando ao
aumento de proliferação do epitélio sadio na região. A fonte epitelial é
comumente os restos epiteliais de Malassez, mas também pode ser relacionada ao
epitélio crevicular, ao revestimento sinusial, ou ao revestimento epitelial dos
trajetos fistulosos.
Os cistos periapicais são
caracterizados por uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso revestido por
epitélio com um lúmen contendo líquido e restos celulares. Teoricamente, à medida
que o epitélio se descama para o interior do cisto, aumento o conteúdo de
proteína. O líquido entra no lúmen, na tentativa de equilibrar a pressão
osmótica, e ocorre um crescimento lento.
Características
clínicas e radiográficas
·
Cistos periapicais – não apresentam
sintomas, a menos que exista uma exacerbação inflamatória aguda. Além disso, se
o cisto atingir um tamanho grande pode ser observadas tumefação e sensibilidade
leve. Com o crescimento do cisto, podem ocorrer mobilidade e deslocamento dos
dentes adjacentes. O dente de origem não responde ao teste pulpar térmico e
elétrico. Radiograficamente, é idêntico ao do granuloma periapical. Os cistos
podem desenvolver-se mesmo como radiotransparência periapicais pequenas, e o
tamanho radiográfico da lesão não pode ser utilizado para o diagnostico
definitivo. Observa-se perda da lâmina dura ao longo da raiz adjacente, e uma
radiotransparência arredondada circunda o ápice do dente.
·
Cisto radicular
lateral –
apresenta-se como uma radiotransparência discreta ao longo da porção lateral da
raiz. A perda da lâmina dura e uma fonte de inflamação óbvia podem não ser
detectadas sem um alto índice de suspeição.
·
Cisto periapical
residual –
apresenta-se como uma radiotransparência de forma circular a oval, de tamanho
variável, no interior do processo alveolar no sítio de uma extração prévia. Com
o envelhecimento da lesão, a degeneração dos constituintes celulares no lúmen
leva ocasionalmente a calcificação distrófica e a radiopacidade luminal
central.
Características
histopatológicas
Os
três tipos de cistos inflamatórios são semelhantes. O cisto é revestido por
epitélio escamoso estratificado, o qual pode apresentar exocitose, espongiose
ou hiperplasia. O lúmen estará preenchido por líquido e células descamadas. Ocasionalmente, o revestimento epitelial pode
apresentar calcificações lineares ou em forma de arco, conhecidas como
corpúsculos de Rushton. Calcificações distróficas, cristais de colesterol com
células gigantes multinucleadas, hemácias e áreas de pigmentação por
hemossiderina podem estar presentes no lúmen, na cápsula ou em ambos. A capsula
do cisto consiste em tecido conjuntivo fibroso denso, muitas vezes com
infiltrado inflamatório contendo linfócitos variáveis, mesclados com
neutrófilos, plasmócitos, histiócitos e, raramente, mastócitos e eosinófilos.
Tratamento
e prognóstico
O cisto periapical é tratado da mesma
maneira que o granuloma periapical.
ABSCESSO
PERIAPICAL
É o acúmulo de células inflamatórias
agudas no ápice de um dente necrosado.
Características
clínicas e radiográficas
Os abscessos periapicais tornam-se
sintomáticos à medida que o material purulento se acumula no interior do
alvéolo. Os estágios iniciais produzem sensibilidade do dente afetado, muitas
vezes aliviada pela aplicação direta de pressão. Com a progressão, a dor
torna-se mais intensa, freqüentemente com sensibilidade extrema a percussão,
extrusão do dente e tumefação dos tecidos.
Radiograficamente,
os abscessos podem apresentar um espessamento do ligamento periodontal apical,
uma radiotransparência mal definida, ou ambos; mas, muitas vezes, não podem ser
observadas alterações apreciáveis, pois não houve tempo suficiente para uma
destruição óssea significativa.
Características
histopatológicas
Espécimes de biópsia de abscessos
puros são incomuns, pois o material está em forma líquida. Os abscessos
consistem num mar de leucócitos polimorfonucleares, freqüentemente mesclado com
exsudato inflamatório, descamação celular, material necrótico, colônias
bacterianas ou histiócitos.
Tratamento
e prognóstico
O tratamento do paciente com um
abscesso periapical consiste na drenagem e eliminação do foco de infecção.
Aqueles abscessos associados à presença de um trato fistuloso patente podem ser
assintomáticos, mas, apesar disso, devem ser tratados.
Usualmente,
a parúlide cicatriza-se espontaneamente após a extração ou o tratamento
endodôntico do dente afetado.
PARÚLIDE: é uma abscedação gengival
CAPÍTULO
10
PATOLOGIA
EPITELIAL
PAPILOMA
ESCAMOSO BUCAL
É uma proliferação benigna do epitélio
escamoso estratificado, que resulta em uma massa papilar ou verrucosa. A lesão
é induzida pelo papiloma vírus humana (HPV). Os subtipos virais 6 e 11 têm sido
identificados em até 50% dos papilomas orais, em comparação com menos de 5% das
células da mucosa normal. Tem sido sugerido um período de latência ou incubação
de 3 a 12 meses.
Características
clínicas
Os papilomas escamosos ocorrem com a
mesma freqüência em homens e mulheres.
Os
locais de predileção são a língua, lábios e palato mole, mas qualquer superfície
bucal pode ser afetada. Esta lesão é a mais comum das massas de tecido mole que
surgem na língua e no palato mole.
O
papiloma escamoso é o nódulo exofítico mole, indolor e geralmente pedunculado,
com numerosas projeções superficiais semelhantes a dedos, que lhe dão uma
aparência de “couve-flor” ou verruga. As projeções podem ser pontudas ou
rombudas, e a lesão pode ser branca, vermelho-clara, ou de cor normal,
dependendo da quantidade de ceratinização da superfície. Caracteristicamente, o
papiloma é solitário e aumenta rapidamente para o tamanho máximo de
aproximadamente 0,5cm.
Características
histopatológicas
É caracterizado por uma proliferação
do epitélio escamoso estratificado queratinizado, arranjado em projeções
semelhantes a dedos, com áreas centrais de tecido conjuntivo fibrovascular. Os
centros de tecido conjuntivo podem apresentar alterações inflamatórias,
dependendo da quantidade de trauma provocado pela lesão. A camada de ceratina é
espessa em lesões com uma aparência clínica mais branca, e o epitélio mostra
tipicamente um padrão de maturação normal. Ocasionalmente, os papilomas mostram
hiperplasia basilar e atividade mitótica, que podem ser confundidas com
displasia epitelial branda. Modificação coilocitica.
Tratamento
e prognóstico
A excisão cirúrgica conservadora,
incluindo a base da lesão, é o tratamento adequado para um paciente com
papiloma escamoso, sendo improvável a recorrência.
VERRUGA
VULGAR (VERRUGA COMUM)
É uma hiperplasia comum focal do
epitélio escamoso estratificado, benigno e induzido por vírus. Um ou mais papiloma
vírus humanos (HPV) associados, tipos 2, 4, 6 e 10, são encontrados em todos os
casos. A verruga vulgar é contagiosa e pode se espalhar para outras partes da
pele ou das membranas mucosas de uma pessoa por auto-inoculação.
Características
clínicas
É freqüentemente descoberta nas
crianças, mas algumas lesões podem aparecer até mesmo na meia-idade. A pele das
mãos é o local mais comum da infecção. Quando a mucosa bucal é envolvida, as
lesões são geralmente encontradas na borda do vermelhão do lábio, na mucosa
labial ou na região anterior da língua.
Tipicamente,
a verruga apresenta-se como pápula ou nódulo indolor, com projeções papilares
ou uma superfície rugosa granulada. Pode ser pedunculada ou séssil. As lesões
cutâneas podem ser de coloração rosa, amarela ou branca.
Características
histopatológicas
É caracterizada pela proliferação do
epitélio escamoso estratificado hiperceratótico organizado em projeções
pontiagudas ou semelhantes a dedos, com áreas centrais de tecido conjuntivo.
Cristas epiteliais alongadas tendem a convergir para o centro da lesão,
formando uma depressão em forma de xícara, produzindo um efeito de “escavação”.
Uma camada de células granulares bem evidentes (hipergranulose) apresenta
grânulos de cerato-hialina grosseiros. Freqüentemente são observados coilócitos
abundantes na superfície da camada espinhosa.
Os coilócitos são células epiteliais
alteradas pelo HPV, com espaços perinucleares claros e núcleos pequenos e
intensamente corados (picnose).
Tratamento
e prognóstico
Geralmente, as lesões bucais são
excisadas cirurgicamente ou podem ser destruídas por laser, crioterapia ou
eletrocirurgia.
CONDILOMA
ACUMINADO (VERRUGA VENÉREA)
É
uma proliferação do epitélio escamoso estratificado da genitália, região
perianal, boca e laringe induzida por vírus. Geralmente, são detectados na
lesão um ou mais dos tipos 2, 6, 11, 53 e 54 de HPV. Entretanto, também são
encontrados com freqüência os tipos de alto risco 16 e 18, especialmente nas
lesões anogenitais.
Período
de incubação é de um a três meses a partir do contato sexual.
Características
clínicas
Diagnosticadas em adolescentes e
adultos jovens, mas pessoas de todas as idades são suscetíveis. As lesões
bucais ocorrem, com mais freqüência, na mucosa labial, palato mole e freio
lingual. O condiloma típico apresenta-se como uma massa exofítica, séssil,
rósea, firme e bem demarcada, com projeções superficiais rombudas e curtas. Os
condilomas tendem a ser maiores que os papilomas e estão caracteristicamente
aglutinados a outros condilomas.
Características
histopatológicas
O condiloma acuminado aparece com uma
proliferação benigna de epitélio escamoso estratificado acantótico, com
projeções papilares superficiais levemente ceratóticas. Núcleos delgados de
tecido conjuntivo apóiam as projeções epiteliais papilares, mais embotadas e
largas que as do papiloma escamoso e da verruga vulgar, dando-lhes uma
aparência de criptas cheias de ceratina entre as proeminências.
O
epitélio de revestimento é maduro e diferenciado, mas as células espinhosas
muitas vezes mostram núcleos picnóticos circundados por zonas claras
(coilócitos), um aspecto microscópico de infecção pelo HPV.
Tratamento
e prognóstico
Os
condilomas orais são normalmente tratados por excisão cirúrgica conservadora. A
ablação a laser também tem sido usada, mas este tratamento tem sido questionado
pela sua capacidade de espalhar o HPV transportado pelo ar através de
microgotas aerossolizadas, criadas pela vaporização do tecido lesional.
MÁCULA
MELANÓTICA BUCAL (MELANOSE FOCAL)
É
uma pigmentação plana e marrom da mucosa produzida pelo aumento localizado na
deposição da melanina e, possivelmente, do número de melanócitos. A causa não
foi esclarecida. Não depende da exposição ao sol.
Características
clínicas
Ocorre
em qualquer idade, tanto em homens quanto em mulheres; A zona do vermelhão do
lábio inferior é o local mais comum de ocorrência (33%), seguida pela mucosa
jugal, gengiva e palato.
A
lesão típica aparece como uma mácula oval ou redonda, assintomática,
uniformemente amarelo-acastanhada ou marrom-escura, bem demarcada e solitária
(17% são múltiplas).
Características
histopatológicas
É
caracterizada por um aumento da quantidade de melanina (e talvez de
melanócitos) nas camadas basais e parabasal de um epitélio escamoso
estratificado que não apresenta outros aspectos de anormalidade.
Tratamento
e prognóstico
Nenhum tratamento é necessário para a
mácula melanótica, a não ser por considerações estéticas. Quando necessário, a
biópsia excisional é o tratamento de escolha.
LEUCOPLASIA
(LEUCOCERATOSE; ERITROLEUCOPLASIA)
OMS como “uma placa ou mancha branca que não
pode ser caracterizada clinicamente ou patologicamente como qualquer outra
doença”. Apesar de a leucoplasia não estar associada a um diagnóstico
histopatológico especifico, ela é caracteristicamente considerada uma lesão
pré-cancerígena ou pré-maligna.
Etiologia
A
causa da leucoplasia permanece desconhecida, posto que existam hipóteses:
- Tabaco:
hábito de fumar tabaco parece ser a maior associação com o desenvolvimento da
leucoplasia.
- Álcool:
parece ter um forte efeito sinérgico com o tabaco com relação a produção do
câncer bucal, não tem sido associado à leucoplasia.
- Sanguinária:
Pessoas que usam cremes dentais ou colutórios contendo extratos da erva
sanguinária podem desenvolver uma leucoplasia verdadeira.
- Radiação
ultravioleta: é aceito como fator etiológico para a leucoplasia do
vermelhão do lábio inferior, o que normalmente é associado com a queilose actínia.
- Microrganismos:
vários microrganismos têm sido implicados na etiologia da leucoplasia.
- Traumas:
várias lesões ceratóticas, que até recentemente foram vistas com variantes da
leucoplasia, agora não são consideradas pré-cancerosas.
Características
clínicas
Geralmente
ocorre em pessoas com mais de 40 anos de idade. A prevalência aumenta
rapidamente com a idade, especialmente para os homens.
Aproximadamente
70% das leucoplasias bucais são encontradas no vermelhão dos lábios, na mucosa
jugal e na gengiva.
Entretanto,
as lesões na língua, vermelhão dos lábios e assoalho da boca somam mais de 90%
daquelas que indicam displasia ou carcinoma.
As
lesões iniciais e brandas apresentam-se como placas cinza ou
branco-acinzentadas levemente elevadas, que podem parecer um pouco translúcidas,
fissuradas ou enrugadas, e são tipicamente moles e planas. Elas normalmente têm
bordas fortemente demarcadas, mas ocasionalmente se misturam gradualmente com a
mucosa normal.
LEUCOPLASIA DELGADA – ou branda, raramente
mostra displasia na biópsia, pode desaparecer ou permanecer imutável.
“fumantes” - A mucosa afetada pode tornar-se coriácea à palpação, e fissuras
podem se aprofundar e se tornar mais numerosas. Neste estágio ou fase, é
chamada de leucoplasia espessa ou homogênea. Algumas, talvez até um
terço, regridem ou desaparecem, e poucas tornam-se ainda mais graves,
desenvolvem irregularidades superficiais, e são, por isso chamadas leucoplasia
nodular ou granular.
LEUCOPLASIA VERRUCOSA PROLIFERATIVA (LVP): é caracterizada pelo
desenvolvimento de diversas placas ceratóticas com projeções rugosas na
superfície. As múltiplas placas da LVP tendem a se espalhar lentamente e
envolver vários locais da mucosa bucal. Embora as lesões tipicamente comecem
como uma hiperceratose simples e plana, impossível de distinguir das lesões
leucoplásicas comuns, a LVP exibe um crescimento persistente, se tornando de
natureza exofítica e verrucosa.
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
Microscopicamente, é
caracterizada por uma camada de ceratina mais espessa no epitélio superficial
(hiperceratose) com ou sem uma camada espinhosa mais espessa (acantose).
Frequentemente, um infiltrado crônico de células inflamatórias é percebido no
tecido conjuntivo subjacente. A camada de ceratina pode consistir em
ortoceratina (hiperortoceratose), paraceratina (hiperparaceratose), ou uma
combinação de ambas.
Com
a paraceratina: não existe camada de células granulares e os núcleos epiteliais
ficam retidos na camada de ceratina.
Ortoceratina,
o epitélio apresenta uma camada de células granulares e os núcleos são perdidos
na camada de ceratina.
TRATAMENTO
E PROGNÓSTICO
O primeiro passo no tratamento é
chegar a um diagnóstico histopatológico definitivo. Além disso, a biópsia é
obrigatória para guiar o curso do tratamento.
A
remoção completa pode ser conseguida, com a mesma eficácia, por excisão
cirúrgica, eletrocautério, criocirurgia ou ablação a laser.
ERITROPLASIA
(ERITROPLAQUIA; ERITROPLASIA DE QUEYRAT)
É
definida como uma placa vermelha que não poder ser diagnosticada clínica ou
patologicamente como qualquer outra condição. Na boca, a eritroplasia é clínica
e histopatologicamente semelhante ao processo genital. Quase todas as
eritroplasias verdadeiras mostram displasia epitelial significativa, carcinoma
in situ ou carcinoma de células escamosas invasivo.
CARACTERÍSTICAS
CLÍNICAS
É predominantemente uma doença de
homens mais velhos, com um pico de prevalência aos 65-74 anos de idade. O
assoalho da boca, a língua e o palato mole são os locais mais comuns de
envolvimento, e várias lesões podem estar presentes.
A
mucoso alterada apresenta-se como uma mácula ou placa eritematosa bem
demarcada, com uma textura macia e aveludada. É normalmente assintomática e
pode estar associada a uma leucoplasia adjacente (eritroleucoplasia).
CARACTERÍSTICAS
HISTOPATOLÓGICAS
Apresentam como displasia epitelial
grave, carcinoma in situ ou carcinoma de células escamosas superficialmente
invasivo. O epitélio mostra ausência de produção de ceratina, frequentemente é
atrófico, mas pode ser hiperplásico. Esta falta de ceratinização, especialmente
quando combinada com o adelgaçamento epitelial, permite a microvascularização
subjacente se mostre, daí a coloração vermelha. O tecido conjuntivo subjacente
apresenta inflamação crônica.
TRATAMENTO
E PROGNÓSTICO
É guiado pelo diagnóstico definitivo
obtido por biópsia. As lesões que exibem displasia moderada ou significativa
devem ser completamente removidas ou destruídas pelos métodos usados para a
leucoplasia.
USO DE
TABACO SEM FUMAÇA E CERATOSE DO TABACO SEM FUMAÇA
(BOLSA DE
RAPÉ; LESÃO POR DEPOSIÇÃO DE RAPÉ; CERATOSE DA BOLSA DE TABACO; CERATOSE DE
CUSPO DE TABACO)
CARACTERÍSTICAS
CLÍNICAS
Uma
variedade de alterações locais na boca também é encontrada em usuários
crônicos. Umas das mudanças locais mais comum é a característica perda indolor
dos tecidos gengival e periodontal na região de contato com o tabaco. Esta
“recessão” gengival frequentemente inclui a destruição da superfície vestibular
do osso alveolar e se correlaciona com a quantidade de uso diário e a duração do
hábito de tabaco sem fumaça.
CARACTERÍSTICAS
HISTOPATOLÓGICAS
Não
é específica. O epitélio escamoso é hiperceratinizado e acantótico, com ou sem
vacuolização intracelular ou “edema” de células superficiais ricas em
glicogênio. Paraceratina em forma de V pode ser observada como projeções
pontudas sobre ou dentro das camadas do epitélio de superfície. Aumento da
vascularização subepitelial e ingurgitamento dos vaso.
TRATAMENTO
E PROGNÓSTICO
O tratamento dependerá do diagnóstico
histopatológico. Sem evidência microscópica de displasia ou malignidade, as
ceratose não são tratadas.
CERATOSE
ACTÍNICA (CERATOSE SOLAR)
É
uma lesão cutânea pré-maligna comum, causada pela radiação ultravioleta
cumulativa na pele exposta ao sol, especialmente nas pessoas de pele clara. A
exposição à luz ultravioleta pode produzir mutações no gene supressor de tumor
p53, uma alteração encontrada frequentemente nesta e em outras lesões
pré-cancerígenas e no câncer da região de cabeça e pescoço.
CARACTERÍSTICAS
CLÍNICAS
É encontrada nas pessoas com menos de
40 anos de idade. A face e o pescoço, o dorso das mãos, os antebraços e o couro
cabeludo de homens carecas são os locais mais comuns de ocorrência. As lesões
individuais são placas escamosas irregulares, que variam em cor desde normal
até branca, cinza ou marrom, e podem se sobrepor a um fundo eritematoso. A
descamação ceratótica ocorre em graus variáveis.
CARACTERÍSTICAS
HISTOPATOLÓGICAS
É caracterizada por hiperparaceratose
e acantose. Cristas epiteliais em forma de gota comumente se estendem para
baixo do epitélio; por definição, algum grau de displasia epitelial está
presente.
TRATAMENTO
E PROGNÓSTICO
Seja
destruída pela crioterapia com nitrogênio líquido, aplicação tópica de
5-fluorouracil, curetagem, eletrodessecação ou excisão cirúrgica.
CARCINOMA
DE CÉLULAS ESCAMOSAS
A causa do carcinoma de células
escamosas é multifocal. Não há um agente ou fator causador (carcinógeno)
isolado, claramente definido ou aceito, mas tanto fatores extrínsecos quanto
intrínsecos podem estar em atividade. É provável que mais de um fator seja
necessário para produzir a malignidade (co-carcinogênese). Os fatores
extrínsecos incluem os agentes externos, como o fumo de tabaco, álcool, sífilis
e (apenas para o câncer do vermelho do lábio) os raios solares.
Os
fatores intrínsecos incluem os estados sistêmicos ou generalizados, como a
destruição geral ou anemia por deficiência de ferro.
CARACTERÍSTICAS
CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS
São mais frequentemente, homens mais
velhos que perceberam alguma alteração em um local de câncer bucal por quatro a
oito meses antes de procurar ajuda profissional.
Há
uma dor mínima na fase inicial de crescimento, e isto pode justificar o atraso
na procura por cuidados médicos.
Os
carcinoma de células escamosas bucal tem uma apresentação clínica variada,
incluindo:
- Exofítica
(formação de massa; fungiforme, papilar, verrucosa)
- Endofítica
(invasiva, crateriforme, ulcerada)
- Leucoplásica
(placa branca)
- Eritroplásica
(placa vermelha)
- Eritroleucoplásica
(placa combinada branco-vermelho)
CARACTERÍSTICAS
HISTOPATOLÓGICAS
Origina-se
no epitélio displásico de superfície e caracteriza-se histopatologicamente por
ilhas e cordões invasivos de células epiteliais escamosas malignas.
A
invasão é caracterizada pela extensão irregular do epitélio da lesão através da
membrana basal para dentro do tecido conjuntivo subepitelial. Células escamosas
epiteliais e ninhos ou ilhas de células são observados crescendo como entidades
independentes dentro do tecido conjuntivo sem ligação com o epitélio de superfície.
Células invasoras e massas de células podem se estender profundamente para o
tecido adiposo subjacente, para o músculo ou para o osso, destruindo o tecido
original conforme progridem na invasão. As células da lesão podem destruir
vasos sanguíneos e invadir o lúmen de veias ou vasos linfáticos.
O
produto normal do epitélio escamoso é a ceratina, e pérolas de ceratina (áreas
focais redondas de células ceratinizadas em camadas concêntricas) podem ser
produzidas dentro do epitélio lesional.
TRATAMENTO
E PROGNÓSTICO
Os carcinomas do vermelhão do lábio
são tratados por excisão cirúrgica, caracteristicamente uma ressecção em cunha.
O
tratamento do carcinoma de células escamosas intra-oral é guiado pelo estágio
clínico da doença e consiste em ampla (radical) excisão cirúrgica,
radioterapia, ou uma combinação de cirurgia e radioterapia.
CARCINO
VERRUCOSO
(CÂNCER
POR DEPOSIÇÃO DE RAPÉ; TUMOR DE ACKERMAN)
É
uma variante de baixo grau do carcinoma de células escamosas bucal.
CARACTERÍSTICAS
CLÍNICAS
É encontrado predominantemente em
homens com mais de 55 anos de idade. Os
locais mais comuns de envolvimento da mucosa bucal são o vestíbulo mandibular,
a mucosa jugal e o palato duro.
A
lesão aparece como uma placa espessa, difusa, bem demarcada e indolor, com
projeções superficiais papilares ou verrucosas. As lesões são tipicamente
brancas, mas também podem parecer eritematosas ou róseas.
CARACTERÍSTICAS
HISTOPATOLÓGICAS
Tem uma aparência microscópica
enganosamente benigna. É caracterizado por cristas epiteliais largas e
alongadas, que parecem “empurrar” para dentro do tecido conjuntivo subjacente.
As lesões normalmente apresentam produção abundante de ceratina (geralmente
paraceratina) e uma superfície papilar ou verrucosa. A paraceratina comumente preenche
as numerosas fendas e criptas (tampão de paraceratina) entre as projeções
superficiais. Tais projeções podem ser longas e pontiagudas ou curtas e
rombudas. As células epiteliais tumorais geralmente mostram um padrão de
maturação normal sem grau significativo de atipia celular. Frequentemente, há
intenso infiltrado crônico de células inflamatórias no tecido conjuntivo
subjacente.
O
diagnostico histopatológico do carcinoma verrucoso requer uma biopsia
incisional adequada.
TRATAMENTO
E PROGNÓSTICO
O tratamento de escolha é a excisão
cirúrgica sem dissecção radical do pescoço.
CAPITULO
15
CISTOS
E TUMORES ODONTOGÊNICOS
CISTOS ODONTOGÊNICOS
A maioria dos cistos
dos maxilares são limitados por epitélio que se origina do epitélio
odontogênico. Estes cistos são denominados cistos odontogênicos.
Cisto de desenvolvimento - são de origem desconhecida, mas não parecem
ser resultantes de uma reação inflamatória;
Cisto inflamatória – resultam de
inflamação.
CISTO DENTÍGERO (CISTO FOLICULAR)
É
definido como um cisto que se origina pela separação do folículo da coroa de um
dente incluso. É o tipo mais comum de cisto odontogênico de desenvolvimento,
compreendendo cerca de 20% de todos os cistos epiteliais dos maxilares.
O
cisto dentígero envolve a coroa de um dente incluso e está unido ao dente na
junção esmalte-cemento. Ele desenvolve-se pelo acúmulo de líquido entre o
epitélio reduzido do esmalte e a coroa do dente.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS
Embora
os cistos dentígeros possam estar associados com qualquer dente incluso, mais
frequentemente eles envolvem os terceiros molares inferiores. Outros locais são
os caninos superiores, terceiros molares superiores e segundos pré-molares
inferiores. Ocasionalmente, estão associados com dentes supranumerários ou
odontomas.
Radiograficamente,
o cisto dentígero apresenta-se como uma lesão radiotransparente unilocular
associada à coroa de um dente incluso. Comumente, a área radiotransparante tem
uma margem bem definida e muitas vezes esclerótica, porém um cisto infectado
poderá mostrar limites maldefinidos. Um cisto dentígero grande pode dar a
impressão de um processo multilocular devido à persistência de trabéculas
ósseas na área radiotransparente.
A
relação cisto-coroa mostra variações radiográficas.
- Variante
central – o cisto circunda a coroa do dente que está projetada para dentro
do cisto.
- Variante
lateral – está comumente associada com um terceiro molar inferior com
impactação mesioangular e parcialmente erupcionado. O cisto cresce
lateralmente ao longo da superfície radicular e circunda parcialmente a
coroa,
- variante
circunferencial – o cisto circunda a coroa e se estende por alguma
distância ao longo da raiz, de tal forma que uma parte da raiz parece
estar dentro do cisto.
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
Cisto dentígero não-inflamado – a cápsula de tecido
conjuntivo fibroso é arranjada frouxamente e a substância fundamental contém
quantidade considerável de glicosaminoglicanos. Pequenas ilhas e cordões de
restos de epitélio odontogênico aparentemente inativos podem estar presentes na
cápsula fibrosa. O revestimento epitelial consiste em duas a quatro camadas de
células achatadas não-ceratinizadas, e a interface entre o epitélio e o tecido
conjuntivo é plana.
Cisto dentígero inflamado – a cápsula fibrosa é
mais colagenizada e o infiltrado crônico de células inflamatórias é variável. O
limitante epitelial pode mostrar quantidade variável de hiperplasia com
desenvolvimento de projeções epiteliais e aspecto escamoso mais definido.
Algumas vezes, é observada uma superfície ceratinizada.
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
O tratamento usual para o cisto dentígero é a
cuidadosa enucleação do cisto e remoção do dente incluso associado. Se a
erupção do dente envolvido é considerada viável, o dente pode ser mantido no
local após a remoção parcial da parede do cisto. Os pacientes podem necessitar
de tratamento ortodôntico para assegura a erupção do dente incluso.
CISTO DE ERUPÇÃO (HEMATOMA DE ERUPÇÃO)
É o análogo do cisto
dentígero no tecido mole. Desenvolve-se como resultado da separação do folículo
dentário que envolve a coroa de um dente em erupção que está dentro dos tecidos
moles sobre o osso alveolar.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
É uma tumefação mole,
muitas vezes translúcida na mucosa gengival, recobrindo a coroa de um dente
decíduo ou permanente em erupção. A lesão está mais comumente associada com os
primeiros molares permanentes e incisivos superiores.
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
No
exame microscópico, observa-se o epitélio bucal de superfície na parte superior.
Na lâmina própria subjacente, há um infiltrado variável de células
inflamatórias. O revestimento do cisto, na porção mais profunda do material, é
formado por uma camada fina de epitélio escamoso não-ceratinizado.
TUMOR ODONTOGÊNICO
QUERATOCISTO
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS
Podem ser encontrados
em pacientes com idade variável, da criança ao adulto idoso.
Os
ceratocistos odontogênicos tendem a crescer no sentido ântero-posterior, pelos
espaços medulares do osso, sem causar expansão óssea evidente.
Os
ceratocistos odontogênicos apresentam área radiotransparente bem definida com
margens regulares e frequentemente na região posterior do corpo mandibular e
ramo ascendente da mandíbula, podem se apresentar multiloculadas.
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
Apresenta uma cápsula
fina e friável, que muitas vezes é difícil de ser enucleada do osso sem se
fragmentar. A luz do cisto pode conter um líquido claro, semelhante ao
transudato do plasma, ou pode estar preenchida com um material caseoso,
semelhante a queijo, que ao exame microscópico consiste em restos de ceratina.
Microscopicamente,
a parede fibrosa fina mostra-se sem qualquer infiltrado inflamatório. O
limitante epitelial é constituído de uma camada uniforme de epitélio escamoso
estratificado, comumente com seis a oito células de espessura. A
junção-epitélio conjuntiva frequentemente é plana, sendo a formação de
projeções epiteliais imperceptível. A superfície luminal possui células
epiteliais paraceratinizadas achatadas, que apresentam aparência corrugada ou
ondulada. A camada basal é composta de uma camada células epiteliais colunares
ou cúbicas, dispostas em paliçada, muitas vezes hipercromáticas. Ilhas, cordões
ou pequenos cistos-satélites podem ser vistos na cápsula fibrosa.
CISTO GENGIVAL
(ALVEOLAR) DO RECÉM-NASCIDO
São pequenos cistos
superficiais contendo ceratina, encontrados na mucosa alveolar de
recém-nascidos. Se originam de remanescentes da lâmina dentária. São lesões
comuns. Entretanto, como desaparecem espontaneamente por seu rompimento na
cavidade oral, raramente são notadas ou removidas para biópsia.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Aparecem
como pápulas esbranquiçadas, frequentemente múltiplas, na mucosa de
reconhecimento dos processos alveolares de recém-nascidos.
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
mostra
um limitante epitelial fino e plano, com superficie paraceratinizada. A luz
contém fragmentos de ceratina.
CISTO GENGIVAL DO
ADULTO
É
uma lesão incomum. Considerado a contraparte dos tecidos moles do cisto
periodontal lateral, ele é derivado de restos da lâmina dentária (restos de
Serres). Em raras ocasiões, o cisto pode desenvolver-se na gengiva no local de
um enxerto gengival; entretanto, tais lesões provavelmente constituem cisto de
inclusão epitelial que resultam de procedimentos cirúrgicos.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Mostra
acentuada predileção para ocorrer na região do canino e pré-molar
inferiores. São comumente encontrados em
pacientes na quinta e sexta décadas de vida, sendo quase sempre localizados na
mucosa alveolar ou gengival vestibulares.
Clinicamente,
os cistos aparecem como tumefações indolores semelhantes a uma cúpula, muitas
vezes, são azulados ou azul-acinzentados. Algumas vezes, o cisto pode causar
uma reabsorção superficial “em taça” do osso alveolar, a qual não costuma ser
detectada na radiografia.
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
Um limitante
epitelial fino e plano, com ou sem placas localizadas que contêm células
claras. Pequenos ninhos dessas células claras ricas em glicogênio, que
constituem restos da lâmina dentária, também podem ser observados circundando o
tecido conjuntivo.
TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
Responde bem à simples excisão cirúrgica.
CISTO PERIODONTAL
LATERAL
(CISTO ODONTOGÊNICO
BOTRÍÓIDE)
É
um tipo incomum de cisto odontogênico de desenvolvimento que,
caracteristicamente, ocorre ao longo da superfície lateral da raiz de um dente.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RDIOGRÁFICAS
É uma lesão
assintomática, detectada somente durante um exame radiográfico.
Radiograficamente,
o cisto apresenta-se como uma área radiotransparente bem circunscrita,
localizada lateralmente à raiz ou raízes de um dente com vitalidade.
Ocasionalmente,
a lesão pode ter uma aparência policística;
macroscópica e microscopicamente, apresentam-se como pequenos cistos com
aspecto semelhante a um cacho de uvas. Possivelmente resultado de degeneração
cística e subsequente fusão de focos adjacentes de restos da lâmina dentária.
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
Tem
uma cápsula fibrosa fina, geralmente não-inflamado, revestida por epitélio com
espessura de apenas uma a três células na maioria das regiões. Geralmente este
epitélio consiste em células escamosas achatadas, mas às vezes as células são
cuboidais. Focos de células claras,
ricas em glicogênio, podem ser observados, entremeados com as células
epiteliais limitantes. Alguns cistos mostram espessamentos nodulares do
limitante epitelial, compostos principalmente de células claras.
TUMORES
ODONTOGÊNICOS
AMELOBLASTOMA
É
o tumor odontogênico de maior significado clínico. São tumores que se originam do epitélio
odontogênico. Teoricamente, podem-se originar de remanescentes da lâmina
dentária, do órgão do esmalte em desenvolvimento, do revestimento epitelial de
um cisto odontogênico ou das células da camada basal da mucosa bucal. Os
ameloblastomas são tumores de crescimento lento, localmente invasivos, que têm
um curso benigno na maioria dos casos.
AMELOBLASTOMA INTRA-ÓSSEO MULTICÍSTICO OU
SÓLIDO CONVENCIONAL
Ocorrem na mandíbula
, mais frequentemente na região dos molares e do ramo ascendente. Cerca de 15%
dos ameloblastomas ocorrem na maxila, geralmente nas regiões posteriores.
Frequentemente, o tumor é assintomático, e lesões menores apenas são detectadas
durante um exame radiográfico. A tumefação indolor ou a expansão do maxilar são
manifestações clínicas comuns. Se não tratada, a lesão poderá crescer
lentamente, formando massas ou atingindo proporções grotescas. A dor e a
parestesia são incomuns, mesmo em tumores grandes.
O
aspecto radiográfico mais característico é uma lesão radiotransparente
multilocular. (bolhas de sabão). Loculações radiotransparentes são pequenas
“favo de mel”.
CARACTERISTICAS
HISTOPATOLÓGICAS
Degeneração cística.
Padrão
folicular: é
o mais comum e reconhecível.
Padrão
plexifome:
consiste em longos cordões ou placas de epitélio odontogênico anastomosados. Os
cordões ou placas de epitélio são circundados por células colunares ou cúbicas
semelhantes a ameloblastos, envolvendo epiteliais arranjadas mais frouxamente.
Padrão
acantomatosa:
quando ocorre uma extensa metaplasia escamosa, muitas vezes associada com
formação de ceratina, nas porções centrais das ilhas epiteliais de um
ameloblastoma folicular.
Padrão
de células granulares: podem algumas vezes mostrar transformação de grupos de
células epiteliais em células granulares.
Padrão
desmoplásico:
contém pequenas ilhas e cordões de epitélio odontogênico em um estroma
densamente colagenizado.
Padrão
de células basais:
a variante é o tipo mais comum. As lesões são constituídas de ninhos de células
basais uniformes, histopatologicamente muito semelhantes ao carcinoma de
células basais da pele.
AMELOBLASTOMA
UNICISTICO
Média de idade 23 anos. 90% são
encontrados na mandíbula, freqüentemente na região posterior. A lesão
assintomática, embora lesões grandes possam causar tumefação dolorosa nos
maxilares. A lesão aparece caracteristicamente como uma área radiotransparente
que circunda a coroa de um terceiro molar inferior incluso, que lembra
clinicamente um dentígero.
CARACTERISTICAS
HISTOPATOLOGICAS
Ameloblastoma luminal – confinado à
superfície luminal do cisto. A lesão consiste na parede fibrosa de um cisto com
um limitante constituído parcial ou totalmente de epitélio ameloblástico. Apresenta na camada basal de células cúbicas
ou colunares, com núcleos hipercromáticos que mostram polarização invertida e
vacuolização citoplasmática.
Ameloblastoma unicístico intraluminal – um
ou dois nódulos de ameloblastoma projetam-se do limitante cístico para a luz do
cisto.
Ameloblastoma unicístico mural – a
parede fibrosa do cisto está infiltrada por ameloblastoma típico folicular ou
plexiforme.
AMELOBLASTOMA
PERIFÉRICO (EXTRA-ÓSSEO)
Origina-se de restos da lâmina
dentaria abaixo da mucosa bucal, ou de células epiteliais da camada basal do
epitélio da mucosa.
CARACTERISTICAS
CLÍNICAS
Apresenta-se como uma lesão da mucosa
alveolar ou da gengiva, pedunculado ou séssil, não-ulcerada e indolor.
CARACTERISTICAS
HISTOPATOLOGICAS
Apresenta ilhas de epitélio
ameloblástico que ocupam a lâmina própria abaixo do epitélio da superfície.
TUMOR
ODONTOGÊNICO ADENOMATÓIDE
10 e 19 anos de idade. Tem grande
tendência para ocorrer nas porções anteriores dos maxilares, sendo duas vezes
mais comum na região anterior da maxila do que da mandíbula.
São
relativamente pequenos. São lesões que se apresentam como pequenas massas
sésseis na região vestibular da gengiva, na maxila, e clinicamente não podem
ser diferenciadas de lesões fibrosas comum da gengiva. São assintomáticos.
CARACTERISTICAS
HISTOPATOLOGICAS
É uma lesão bem definida, frequentemente
envolvida por uma cápsula fibrosa espessa. Microscopicamente, o tumor é
constituído de células epiteliais fusiformes, que formam ninhos, cordões ou
massas celulares, num escasso estroma fibroso.
TUMORES
ODONTOGÊNICOS MISTOS
FIBROMA
AMELOBLÁSTICO
É
considerado como tumor misto verdadeiro, no qual os tecidos epitelial e
mesenquimal são neoplásicos. É um tumor incomum.
CARACTERISTICAS
CLINICAS E RADIOGRAFICAS
Tendem a ocorrer em mais jovens. Os
fibromas ameloblásticos pequenos são assintomáticos, os tumores maiores estão
associados com a tumefação nos maxilares. A localização mais comum é a região
posterior da mandíbula.
Radiograficamente,
observa-se uma lesão radiotransparente unilocular ou multilocular, tendendo as
lesões menores a se apresentarem como lesões uniloculares.
CARACTERISTICAS
HISTOPATOLÓGICAS
Apresenta-se como massa sólida de
tecido mole, com superfície externa lisa. Uma cápsula definida pode ou não
estar presente. Microscopicamente, o tumor é constituído de tecido mesenquimal
rico em células, lembrando a papila dentaria primitiva, junto com a
proliferação de epitélio odontogênico. O aspecto mais comum do epitélio
consiste em cordões epiteliais estreitos e longos, muitas vezes anastomosados.
ODONTOMA
São os tipos mais comuns de tumores
odontogênicos. São considerados mais como anomalias de desenvolvimento
(hamartomas) do que neoplasias verdadeiras.
Odontoma
composto – é
formado por muitas estruturas pequenas semelhantes a dentes.
Odontoma
complexo - consiste em uma massa aglomerada de esmalte e
dentina.
CARACTERISTICAS
CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS
Média de 14 anos.
São
totalmente assintomáticos. Caracteristicamente os odontomas são pequenos e
raramente excedem o tamanho de um dente na área onde estão localizados.
Ocorrem
com freqüência um pouco maior na maxila do que na mandíbula. Pode desenvolver
completamente nos tecidos moles gengivais.
Radiograficamente,
o odontoma composto apresenta-se como uma coleção de estruturas semelhantes ao
dente, de forma e tamanho variáveis, circundadas por uma estreira zona
radiotransparente. O odontoma complexo apresenta-se como uma massa calcificada,
com radiodensidade de estrutura dentária, envolvida, também, por uma estreita
margem radiotransparente.
CARACTERISTICAS
HISTOPATOLOGICAS
Consiste em várias formações que
lembram pequenos dentes unirradiculares no interior de uma matriz fibrosa
frouxa.
TUMORES DO ECTOMESÊNQUIMA ODONTOGÊNICO
FIBROMA ODONTOGÊNICO CENTRAL
é uma lesão incomum
e, algumas vezes controvertida.
CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS
4 a 80 anos (média de
40 anos). Ocorrem na maxila, sendo a
maioria das lesões superiores localizadas anteriormente ao primeiro molar. Um
terço dos fibromas odontogênicos está associado com um dente incluso. Os fibromas
odontogênicos menores frequentemente são totalmente assintomáticos; as lesões
maiores podem estar associadas com uma expansão óssea localizada ou abalamentos
de dentes.
CARACTERISTICAS
HISTOPATOLÓGICAS
Fibroma
odontogênico simples – é constituído de fibroblastos estrelados, muitas vezes
arranjados entre fibrilas colágenas finas e considerável quantidade de
substância fundamental. Pequenas concentrações de restos epiteliais
odontogênicos podem ou não estar presentes.
Fibroma
odontogênico central – tem um aspecto mais complexo, consiste em um tecido
conjuntivo fibroso medianamente celular, com fibras colágenas arranjadas em
feixes entrelaçados. Epitélio odontogênico, sob a forma de longos cordões ou
ninhos isolados, encontra-se espalhado na lesão e pode ser um componente
significativo.
FIBROMA
ODONTOGÊNICO PERIFÉRICO
Ocorre
nos tecidos moles.
CARACTERISTICAS
CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS
Apresenta-se como uma massa gengival
firme, frequentemente séssil, de crescimento lento, recoberta por um mucosa de
aparência normal. Freqüente na gengiva vestibular da mandíbula.
CARACTERISTICAS
HISTOPATOLÓGICAS
O tumor consiste em feixes
entrelaçados do tecido conjuntivo fibroso celular, que pode estar entremeado
com áreas de tecido conjuntivo mixóide menos celular.
MIXOMA ODONTONGENICO
Originam-se
do ectomesênquima odontogênico.
CARACTERISTICAS CLÍNICAS E RADIOGRÁFICAS
O tumor pode ser
encontrado em quase todas as regiões dos maxilares, e a mandíbula é um pouco
mais afetada do que a maxila. As lesões menores podem ser assintomáticas, sendo
descobertas apenas durante um exame radiográfico. Lesões maiores muitas vezes
encontram-se associadas com uma expansão indolor do osso envolvido.
Radiograficamente,
o mixoma apresenta-se como uma lesão radiotransparente multilocular ou unilocular,
que pode deslocar ou causar reabsorção dos dentes na área do tumor. A lesão
radiotransparente ode conter finas trabéculas de osso.
CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS
Microscopicamente, o
tumor é constituído de células redondas e fusiformes com arranjo estrelado,
dispostas em um abundante estroma mixóide frouxo,que contém apenas umas poucas
fibrilas colágenas.
Substância
fundamental é constituída de glicosaminoglicanos, principalmente ácido
hialurônico e sulfato de condroitina. Pequenas ilhas de restos epiteliais
odontogênicos aparentemente inativos.
Tratamento e prognóstico
Os
mixomas pequenos são geralmente tratados por curetagem, mas a reavaliação
periódica cuidadosa é necessária, pelo menos por cinco anos. Para as lesões
maiores, pode ser necessária uma ressecção mais extensa, porque os mixomas não
são encapsulados e tendem a infiltrar o osso circunjacente. A remoção completa
de um tumor grande pela curetagem é muito difícil de ser feita, e as lesões da
região posterior da maxila, em particular, devem ser tratadas mais
agressivamente na maioria dos casos.
CEMENTOBLASTOMA (CEMENTOMA VERDADEIRO)
É um
tumor odontogênico.
É
uma neoplasma odontogênico de cementoblastos.
Características clínicas e Radiográficas
Mais de 75% surgem na
mandíbula, com 90% surgindo na região de molares e de pré-molares. Quase 50%
envolvem o primeiro molar permanente. Os cementoblastomas raramente afetam
dentes decíduos. Dor e tumefação estão presentes em aproximadamente dois terços
dos pacientes afetados.
Radiograficamente,
o tumor aparece como uma massa radiopaca que se funde à raiz de um ou mais
dentes e é circundado por um halo radiotransparente fino. O contorno externo da
raiz ou raízes dos dentes envolvidos normalmente é perdido devido à reabsorção
da raiz e fusão do tumor com o dente.
Características histopatológicas
A apresentação
histopatológica do cementoblastoma se assemelha intimamente à do osteoblastoma,
com a característica diferencial primária sendo a fusão do tumor consiste em
lençóis e trabéculas espessas de material mineralizado com lacunas dispostas
irregularmente e linhas reversas basofílicas proeminentes. Tecido fibrovascular
celular está presente entre as trabéculas mineralizadas. Células gigantes
multinucleadas estão frequentemente presentes, e as trabéculas mineralizadas
são geralmente revestidas por células semelhantes a blastos. A periferia da
lesão , correspondente à zona radiotransparente observada na radiografia, é
composta de matriz não calcificada que frequentemente é organizada em colunas
radiantes.
Tratamento e prognóstico
O
tratamento de um cementoblastoma normalmente consiste em extração cirúrgica do
dente junto com a massa calcificada aderida.
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