domingo, 10 de agosto de 2014

Demonstração da Fórmula do Volume de Pirâmide

Demonstração da Fórmula do Volume de Pirâmide


Após pro­curar por um bom tempo uma de­mons­tração con­vin­cente da fór­mula do vo­lume de uma pi­râ­mide, re­solvi botar os neurô­nios para tra­ba­lhar. De­morou um pouco mas con­segui des­co­brir de onde vem aquele 1/3 da área da base pela al­tura. Para en­tender a de­mons­tração é ne­ces­sário co­nhecer um pouco de cál­culo in­te­gral.
Parte 1: De­mons­tração Fór­mula Vo­lume Pi­râ­mide de Base Cir­cular
Vamos con­si­derar pri­mei­ra­mente um caso par­ti­cular de pi­râ­mide: o cone.
Con­si­dere a área som­breada sob a curva f (x) = ax:
triangulo ret
Po­demos notar que a fi­gura for­mada é um tri­ân­gulo re­tân­gulo com um dos vér­tices na origem. Se ro­ta­ci­o­narmos este tri­ân­gulo 360º em torno do eixo x, ob­ser­vamos que a fi­gurar for­mada é um cone com vér­tice na origem:
fx ax cone
Para en­con­trarmos o vo­lume deste cone, vamos supor fa­tias pa­ra­lelas ao eixocom lar­guras in­fi­ni­te­si­mais dx e raio y:
cilindro infinitesimal dx 2
O Vo­lume de um Ci­lindro é dado por:
clip_image002
clip_image004
Como o raio do ci­lindro de al­tura in­fi­ni­te­simal é igual a y e sua al­tura é igual adx, po­demos re­es­crever a fór­mula de seu vo­lume como:
clip_image002[4]

Po­demos dizer que o cone é for­mado por in­fi­nitos  ci­lin­dros de al­turas in­fi­ni­te­si­mais dx, onde o raio y é va­riável para cada ci­lindro. A soma destes ci­lin­dros será dada pela in­te­gral de­fi­nida:
clip_image002[6]
clip_image004[4]
Que equi­vale a dizer:
clip_image002[8]

onde (x) é a curva (x) = axx0 e x1 são os li­mites da área sob a curva (o vér­tice e o centro da base do cone ge­rado, res­pec­ti­va­mente).
Temos então que o vo­lume do cone é dado por:
clip_image002[10]
mas (x) = ax, por­tanto:
clip_image002[12]
clip_image002[14]
In­te­grando em re­lação a x, temos:
clip_image002[18]
clip_image002[20]
mas como x0 = 0 (origem), temos:
clip_image002[22]
Em con­tra­par­tida temos que:
clip_image002[24]
clip_image004[6]
clip_image006
Subs­ti­tuindo ( II ) em ( I ), ob­temos:
clip_image002[26]
clip_image004[8]
clip_image006[4]
Mas y1 é o raio da base no cone e x1 é sua al­tura. Então po­demos re­es­crever o vo­lume como:
clip_image002[28]
Se a área da base do cone é:
clip_image002[30]
Temos que:
clip_image002[32]
Que é a fa­mosa fór­mula para cál­culo de vo­lume de uma pi­râ­mide qual­quer.
Exemplo 1: Dado o cone abaixo, cal­cular seu vo­lume.
cone ex11

Pri­mei­ra­mente, vamos re­ma­nejar o cone acima para me­lhor en­ten­di­mento:
cone ex22
clip_image002[4]
clip_image004[5]
clip_image006[3]
clip_image008
clip_image010
clip_image012
clip_image014
clip_image016

Se uti­li­zarmos a fór­mula pronta para cál­culo de vo­lume de pi­râ­mide, temos:
clip_image002[6]
clip_image004[7]
clip_image006[5]

Que é o mesmo valor en­con­trado uti­li­zando o con­ceito de in­te­gral de­fi­nida.

Parte 2: De­mons­tração Fór­mula Vo­lume Pi­râ­mide de Base Qual­quer
Con­si­de­remos a pi­râ­mide de base qua­drada abaixo:
piramide ret 1
Para en­con­trarmos o vo­lume desta pi­râ­mide, vamos supor fa­tias pa­ra­lelas ao eixo y com al­turas in­fi­ni­te­si­mais dx:
quadrado infinitesimal 1
O vo­lume deste prisma de al­tura in­fi­ni­te­simal é dado por:
clip_image002[8]
clip_image004[9]
Mas / 2 é igual a y, então:
clip_image002[10]
clip_image004[11]
Po­demos dizer que o vo­lume da pi­râ­mide é cons­ti­tuído por in­fi­nitos prismas de al­turas in­fi­ni­te­si­mais dx, onde os lados l são va­riá­veis para cada prisma.
A soma destes prismas de al­turas in­fi­ni­te­si­mais é dado pela in­te­gral de­fi­nida:
clip_image002[12]
clip_image004[13]
clip_image006[7]
clip_image008[4]
In­te­grando em re­lação a x, temos:
clip_image002[14]
clip_image004[15]
Mas como x0, então:
clip_image002[18]
Temos que (x) = ax:
clip_image002[20]
Subs­ti­tuindo (II) em (I), temos:
clip_image002[22]
clip_image004[17]
clip_image006[9]
Mas y1 é a me­tade da aresta la­teral da base da pi­râ­mide e x1é sua al­tura h:
clip_image002[24]
clip_image004[19]
clip_image006[11]
Como a área de base é l2, então:
clip_image002[26]
Que é a fa­mosa fór­mula para cál­culo de vo­lume de uma pi­râ­mide qual­quer.
Vimos que numa pi­râ­mide de base cir­cular e qua­drada, en­con­tramos a mesma fór­mula para o vo­lume. Se qui­sermos aplicar o mesmo con­ceito para uma pi­râ­mide de base pen­ta­gonal, he­xa­gonal ou n-gonal, ve­remos que todas re­caem à mesma fór­mula para o vo­lume.

Nenhum comentário:

Postar um comentário