domingo, 8 de março de 2015

Proteção Pulpar



Objetivo da proteção pulpar à proteger o complexo dentinho-pulpar e manter sua vitalidade, isso não quer dizer só na fase de colocar o material, mas qualquer coisa ou ação sua tentando prevenir uma agressão a polpa faz parte da proteção pulpar. Então o fato de você usar uma broca nova, remoção de tecido cariado sem força, usar uma broca pra preparo com irrigação, fazer uma limpeza de cavidade de maneira adequada.
A polpa tem 4 funções principais:
1.      Formativa – é a fase inicial da odontogênese, onde a papila dental que vai dá origem a polpa estimula a formação de dentina.
2.      Indutiva – faz a diferenciação de epitélio oral em lâmina dental.
3.      Nutritiva – responsável pelos metabólitos dos tecidos conjuntivos.
4.      Protetora – temos células de defesa, mecanismos de sensibilidade da dor e fornece sinal que algum dano está acontecendo aquele tecido.
Polpa jovem
Polpa envelhecida
Rica em células
Fibrose pulpar
Pouca fibrosa
Tecido conjuntivo denso
Tecido conjuntivo frouxo
Hialinização (formação de cartilagem)
Processos metabólicos facilitados
Presença de calcificação difusa

Dificuldade no processo metabólico

As diferenciações entre uma polpa jovem e a envelhecida podem ter como base essa ideia pra tomar decisão de fazer ou não uma terapia pulpar conservadora. Por exemplo: paciente que você tá removendo tecido cariado, ocorreu uma exposição acidental, você vai agir da mesma maneira quando acontecer isso em um paciente jovem ou paciente adulto normal ou paciente mais idoso? Tecnicamente de fazer o procedimento é igual, mas tem que lembrar que onde você está atuando é um tecido que vai diferenciar em um paciente jovem e um adulto. Paciente jovem tem câmara mais ampla, quando você vai remover uma cárie, uma lesão, a chance de você expor é maior, além disso, em contrapartida aquele tecido tem uma resposta de reparo melhor do que uma polpa mais idosa, de um paciente mais velho, por quê? Lá você tem mais células, o tecido conjuntivo não esta tão hialinizado, esta mais frouxo, circula melhor os fluidos superficiais, a vascularização é melhor, então todo metabolismo do reparo, a atividade celular ela é mais intensa e uma polpa jovem, então todos os processos metabólicos são facilitados em uma polpa jovem, então você vai fazer uma pulpotomia, uma proteção pulpar direta, no paciente jovem tem grande chance de dar sucesso. Já no paciente de mais idade você pensa duas vezes, “será que vai dar certo”?, Pode até tentar, mas a chance de dar certo é menor. Já na polpa envelhecida é o contrário, nós temos uma grande quantidade de fibras já dentro da polpa, por conta disso um tecido conjuntivo denso, frouxo, então a circulação dos fluidos, dos metabólitos, da própria nutrição celular já fica dificultada, podemos ter a presença de algumas áreas de hialinização e calcificação distróficas também na polpa, algumas áreas da polpa já se encontram até calcificadas, com algum centro de calcificação, então tudo isso na polpa de um paciente mais idoso. As vezes polpa envelhecida não quer dizer que o paciente tenha 70 anos, mas uma polpa envelhecida pode ser no paciente mais jovem também, num dente que esteja recebendo o trauma exagerado, por exemplo: um molar sofreu mesialização, ou pré-molar onde teve uma perda do 1° molar e dois pré-molares se movimentarem e acabaram recebendo toda carga mastigatória posteriores desses dois pré-molares, então aquele trauma, aquele excesso de força exagerada, leva a uma retração, uma formação em dentina secundária, consequentemente aqueles pré-molares vão ter uma polpa com dentina envelhecida mesmo paciente sendo jovem, não ta só relacionado a idade, mas a questão do próprio estímulo que acaba interceptando na sua função. Então todo processo aqui é dificultado na condição da polpa envelhecida. Então se quiser colocar um hidróxido de cálcio pra ponte de dentina também não acontece essa formação por ter um metabolismo mais lento com mais dificuldade.
Relacionado a isso nós temos diferentes graus de estimulação da polpa, ou seja, diferentes tipos de agressão que acontece naquele tecido.
Grau I seria o estímulo mais discreto, mais comum que a gente vai se deparar que é aquela cárie crônica, então, acontece a lesão de cárie, é a própria lesão de cárie esta com uma quantidade bacteriana liberando toxinas que estão promovendo uma certa agressão, um estímulo, então nesse primeiro grau você tem degeneração das extremidades odontoblásticas, ou seja, o processo odontoblástico dentro do canalículo dentinário vai se degenerando e vai retraindo, na tentativa de quê? Mineralizar e obliterar aquele túbulo dentinário para aumentar a distância do estímulo agressivo em direção ao tecido pulpar, na formação de dentina esclerosada reacional.
Grau II seria a completa degeneração do prolongamento dos odontoblástos, teremos ai o quê? A presença de tratos mortos que são aqueles túbulos dentinários que não contém mais a célula odontoblástica ali dentro (dentina infartada), e a nível pulpar temos uma formação na tentativa de aumentar também a distância do estímulo agressor em direção ao tecido conjuntivo frouxo da polpa, formação de dentina ocupando parte da câmara pulpar, onde existia anteriormente aquele tecido.
Ø  Nível Dentina
Ø  Nível Pulpar: dentina diminui de tamanho (restauração que infiltra, mas o paciente possui boa higiene bucal)
Grau III seria a morte completa dos odontoblástos, uma matriz altamente calcificada, tubular e inibição da capacidade de defesa da polpa.
Ø  Nível pulpar: Matriz atubular calcificada, inibição da capacidade de defesa da polpa.
Quais são os tipos de dentina que a gente vai se deparar durante o atendimento clínico?
Dentina primária que é aquela que é formada durante a odontogênese, então durante a formação do órgão dental, você terá, a papila dental que vai começar a formar a pré - dentina, essa dentina vai mineralizar, então, essa dentina que é formada durante a odontogênese é a dentina primária e vai ser formada até a hora que o dente entra em função, o dente rompe na cavidade bucal, ou seja, dentina formada antes da erupção do dente.
A partir daí teremos a dentina secundária/ esclerose fisiológica que sofre com o tempo uma esclerose fisiológica, ou seja, é normal, é natural o órgão dental que os túbulos dentinários com o passar da idade, com o passar dos anos eles venham a se esclerosar, o que é esclerosar? É até um termo assim que se pode pensar pejorativo, mas esta relacionado a envelhecimento, então com o passar do tempo, com o passar dos anos esses túbulos vão se obliterando, vai havendo uma deposição de mineral no túbulo, ele vai sendo obliterado, fechado, então esse é o mecanismo natural, fisiológico. Mecanismo pelo qual ocorre através de estímulos de baixa intensidade.
Dentina terciária, também chamada reparadora, irritacional, ou uma esclerose reacional ou uma esclerose patológica que os autores chamam, nós teremos uma formação de uma dentina em resposta a um estímulo agressivo, então esses túbulos vão estar presentes às vezes são túbulos irregulares, tortuosos, em menor número, geralmente ela se localiza em uma área onde esta havendo uma agressão, então se tem um corno poupar que está recebendo um estímulo agressivo em uma lesão de cárie, logo abaixo você vai terá essa dentina reacional, dentina terciária sendo formada em resposta àquela defesa, reacional quer dizer que esta reagindo em relação à agressão que esta acontecendo.
Por que a dentina reacional fica escurecida?
Porque quando há perda de mineral do tecido dentinário o colágeno fica exposto e entra em contato com o açúcar fermentável, esse colágeno começa a se degenerar, sofre alteração molecular no colágeno que o leva ao escurecimento da dentina. Assim sendo, temos o processo de Miller.
Permeabilidade da dentina
ü  Tipo de dentina
ü  Número de túbulos por mm2
ü  Diâmetro dos túbulos
ü  Presença de Smear Layer
ü  Agressão bacteriana
Esses tipos de dentina possui permeabilidade, então qual o tipo de dentina que você acha que é mais permeável? Qual a importância da permeabilidade dentinárias? A permeabilidade dentinária é importante porque quanto mais permeável for aquele tecido, mais facilmente qualquer substância que eu coloque em contato com aquele tecido, pode pela permeabilidade alcançar o tecido pulpar. Então por exemplo a dentina vai ter permeabilidade em seus diferentes tipos: primária, secundária e terciária. Na dentina primária num paciente jovem, numa dentina hígida que você vai ter a dentina amarelinha, branquinha é altamente permeável. Talvez uma cavidade média necessite ali de uma proteção com ionômero. Já um paciente quando você tem uma dentina terciária, reacional, dentina bem esclerosada, também não é necessidade você colocar ionômero, a resina vai relevar em consideração outros pontos: o volume do material a ser preenchido na restauração, por isso que é importante a permeabilidade. Então depende também do número de túbulos por mm2, ou seja, se sabe que quanto mais próximo da polpa, maior a quantidade de túbulos dentinários e mais esses túbulos estão abertos, então ali você tem a saída do prolongamento do odontoblástos da camada odontoblástica que esta dentro da dentina, então os túbulos ali estão mais abertos, presença celular dentro desses túbulos e a presença de Smear Layer, se você faz o preparo cavitário, você produz uma lama dentinária, essa lama dentinária fica ali sob as paredes do preparo, então essa lama possui restos de bactérias, restos celulares, resto de restauração, se tiver feito a remoção de uma restauração e essa lama dentinária, pode obliterar o túbulo dentinário e cobrir aquela entrada dos túbulos e mesmo penetrar dentro do túbulo numa certa profundidade, se ela tiver presente , ela diminui a permeabilidade, mas nem sempre a gente quer manter essa lama dentinária, porque a presença dela interfere também em outras características, como por exemplo: a possibilidade de uma adesão química de um material como ionômero na parede do tecido dentinário, uma reação do cálcio, ela impede e dificulta também o mecanismo de adesão dos sistemas adesivos que vamos ver na próxima aula.
* Aluno: a morfologia de progressão da lesão de cárie em dente anterior e posterior é diferente? , porque em dente anterior a cárie vai progredindo como se fosse um triângulo com a base...
Professor: Você esta falando a dinâmica de progressão da cárie? Não. Quando você tem uma cárie de sulcos e fissuras, na região oclusal, na região do sulco ela tende a progredir como se fosse um triangulo com o ápice voltado pra fissura/sulco e a base pra junção amelodentinária. Depois da junção amelodentinária ela se estende, por isso que gera essa base mais ampla do triângulo, e em direção a polpa forma de novo um ápice. Na região de superfície lisa é o contrário, geralmente começa larga formando o ápice do triangulo para a junção amelodentinária, depois ela se propaga de novo e vai com ápice do triângulo em relação a polpa.
A característica tubular da dentina, dos túbulos dentinários, interfere extremamente na permeabilidade dentinária e por consequência devemos lembrar-nos disso quando estiver colocando qualquer substância na dentina. Substância de irrigação, lavagem, medicamento, próprio material de preenchimento, quando for fazer uma cimentação de uma peça protética ou provisória e o dente for vital, dependendo da profundidade do preparo de coroa ou onlay você vai ter uma intima relação entre a parede do preparo e a câmara pulpar.
Estrutura Tubular
Profundidade                                   Número de túbulos           Diâmetro        % do volume de dentina
Junção esmalte-dentina                 10.000 a 20.000                     0,87                           4%
Próximo a polpa                                45.000 a 50.000                    2,50                        28%
   
 
                                                                                                                                                                                  


Com essas características aqui você já tem uma noção da permeabilidade do tipo de dentina, próximo a junção amelodentinária e próximo ao tecido pulpar. Além disso, uma parede de fundo localizada próximo a polpa, com essas características aqui, vai ser uma cavidade onde o mecanismo de adesão do sistema adesivo vai ser bem mais desafiante do que na região amelodentinária.
*Perguntas
Quanto mais próximo à polpa mais túbulos dentinário e maior o diâmetro. Eu achava que tinha menos dentina, seria menor a porcentagem de dentina.
Professor: A dentina tem a porção peritubular que envolve o túbulo e a dentina intertubular que está entre os túbulos, então como tem mais túbulo a quantidade de dentina intertubular é bem menor, mais área ocupada pelos túbulos dentinários. Por isso que nessa região próximo a polpa a permeabilidade é bem maior. Quando na tabela fala 28% está se referindo a quantidade de túbulos que representa volume total, enquanto na junção esmalte-dentina se fizermos um corte e contar a quantidade de túbulo vamos ter apenas 4% e se for próximo a polpa vou encontrar muito mais representando 28%.
            Na minha cabeça clínica, o que deverei saber? Quanto mais profundo minha cavidade mais permeável ela é. Mais relação vai existir com qualquer substancia que eu coloque e a polpa dental. Muitas vezes uma cavidade profunda com meio milímetro de distancia já tem micro exposição pulpar em termos de microscópio, não tenho sangramento visível clinicamente, mas já considero que já existe alguma relação direta entra a substancia, entre o adesivo e a própria polpa.
Espessura dentinária
Isoladamente é o fator mais importante na prevenção de reações pulpares
Isso que muitas vezes a gente chega e pergunta já fez a radiografia? Você tem que ter uma noção de profundidade. Muitas vezes você tem uma via de entrada com uma cavidade pequena e você radiografa e tem uma lesão maior lá dentro, tem que ter noção quando for remover tecido cariado da relação que existe entre fundo da cavidade e teto da câmara pulpar. Se estiver muito próxima, se tem risco de expor a polpa, tudo isso vai interferir na sua decisão clinica. Vou remover todo tecido, tentar fazer tratamento expectante, há risco de fazer uma exposição pulpar, que restauração que vou fazer se de ionômero ou resina ou amalgama.
2mm remanescentes: resposta pulpar mínima aos procedimentos restauradores
0,5mm remanescentes: reduz o nível de toxicidade de um material em 75%
1,0mm remanescentes: idem em 90%
É pra decorar isso pra prova. Quanto mais dentina, menor a chance de está agredindo a polpa com algum material que coloque ali, dai importância de se fazer um preparo conservador, sempre que possível.
Capacidade de tamponamento
Além disso, quanto mais dentina tiver vou ter túbulos dentinários, esses túbulos vão está com liquido intersticial, então se eu colocar algum agente agressivo tem a capacidade tampão desse líquido intersticial de tamponar aquela substancia. Porque que quando vou fazer uma rest. Resina composta coloca ataque ácido ou vai dissolvendo até chegar na polpa? O ácido penetra até uma distancia na dentina, dentro do túbulo também e depois é tamponado e vai perdendo seu poder de penetração, pois o pH vai sendo aumentado.
Técnicas
1.      Proteção indireta (capeamento pulpar indireto)
2.      Proteção direta (capeamento pulpar direto)
3.      Tratamento expectante
Ainda existe também curetagem, pulpotomia.
Proteção indireta visa prevenção de trauma e cárie; colocar o material pra evitar estímulos elétricos e térmicos (boa barreira elétrica e térmica), cuidados durante o preparo cavitário (menos atrito e menos calor), boa limpeza da cavidade, utilização de selantes como sist. adesivo, forramento ou base (ionômero de vidro principalmente) sobre a dentina hígida. É uma lesão profunda que tem uma relação mais intima com a câmara pulpar, então você vai colocar material de proteção. Toda vez que você for usar hidróxido de cálcio é ideal é que você cubra com outro material como o ionômero ou pra fazer amalgama ou a resina. Porque o amalgama? Porque você vai fazer condensação e esse ato pode gerar fratura desse material, não resiste tanto à compressão. Se for fazer resina, fez o hidróxido de cálcio e for fazer ataque ácido em cima, esse material é altamente alcalino, se tá colocando ácido vai antagonizar pra reação que você quer que ele atue, ele pode acabar não remineralizando aquela região. Outro ponto ele é hidrossolúvel, o que você faz depois do ácido? Lava. Então vai interferir na ação desse material, precisa cobrir ele com ionômero de vidro. Você tem duas opções: ou coloca hidróxido de cálcio e ionômero de vidro esperar 7 min pra pressa inicial e faz a restauração de resina, ou coloca hidróxido de cálcio e preenche tudo com ionômero e na outra sessão faz a restauração que é o ideal, porque o ionômero de vidro tomou pressa durante 24hr, adesão química vai ser melhor, quando for fazer o preparo vai resistir melhor a trepidação da caneta e da broca.
Qual seria o objetivo de usar um adesivo na parede de fundo pra fazer rest. de amalgama?
O amalgama tem uma característica de sofrer corrosão durante tempo e essa corrosão libera sais de prata que vai pigmentando o tecido dentinário e em algumas áreas pode se tornar antiestético, então o adesivo atua como verniz cavitário que era utilizado pra amalgama antigamente pra impedir a pigmentação por prata causada pela corrosão do amalgama. E o adesivo também é um bom isolante elétrico e térmico. Se trabalhar só com amalgama não é obrigatório isolamento absoluto, enquanto se você for trabalhar com adesivo e amalgama tem que fazer. Seria uma desvantagem, outra seria se você já teve todo trabalho das etapas de resina, porque vai fazer com amalgama?
(Busato, 2005)
Proteção pulpar direta (Acidental) aqui você já tem exposição pulpar em condições favoráveis ou não. Por exemplo: você está removendo tecido cariado, cavidade altamente contaminada e expões a polpa é uma condição desfavorável; ou você já removeu tecido cariado e vai fazer um preparo de amalgama e acabou expondo a polpa é uma situação mais favorável, pois tem menos contaminação.
Nessa técnica o ideal é que você tenha (radiografia interproximalTécnica de Bitwing), isolamento prévio, porque vai trabalhar diretamente na polpa evitando contaminação ao máximo que vai interferir no processo de reação pra formar barreira de ponte de dentina na tentativa de fechar a exposição. Então você vai fazer remoção total da cárie, depois lavagem da cavidade com água de Cal – Hidróxido de Cálcio PA + água destilada, somente usar a parte que esta em suspensão, (lavagem é pra tentar paralisar o sangramento, como é uma solução associada a hidróxido de cálcio e este tem PH altamente alcalino descontaminando a região e preparando o meio para ação do hidróxido de cálcio PA); aplicação de hidróxido de cálcio PA (pó) vai tentar fazer uma necrose superficial do tecido pulpar exposto e estimulando formação de novo tecido dentinário (ponte dentinária); aplicação do cimento de hidróxido de cálcio (Porque não coloca logo o cimento? Porque ele diretamente na polpa não vai ficar aderido; então o pó consegue se aglutinar com liquido intersticial da polpa pra formar um tampão e depois colocar o cimento, mas a ação dos dois é a mesma); colocação de cimento temporário (CIV) modificado por resina; MTA, radiografia mediata e após 45-60 dias radiografar de novamente para comparar e verificar formação de ponte de dentina.
Qual o grau de exposição pulpar que vou usar como critério pra escolher qual proteção direta vai fazer? Se a exposição for muito grande vai partir pra curetagem.
Nessa exposição pulpar tem sangramento? Sim
        
(Busato, 2005)
Tratamento expectante (Expectativa que remineralize). (prova 2014/1)
Objetivo principal – preservar a polpa em lesões de cárie profunda com risco de exposição pulpar e sem sinais clínicos de inflamação pulpar irreversível. É importante que você faça uma radiografia prévia a sua intervenção, se você observa que existe um intimo contato entre o fundo da cavidade e a câmara pulpar, ou seja, existe um risco de exposição pode lançar mão do tratamento expectante. Mas quando vou fazer tratamento expectante ou não? O que vai me guiar são os sinais clínicos da condição pulpar que o paciente apresenta. Se o paciente tem dor espontânea, dor de longa duração, dente dói sem motivo nenhum, dor pulsátil, quando vai deitar aumenta a dor sendo sinais clínicos de pulpite irreversível, então não adianta fazer trat. expectante. Agora se é uma dor causada por estímulo, se radiografou e não tem espessamento do ligamento periodontal, ainda tem toda a presença da lamina dura no periápice essa polpa ainda está com vitalidade tendo potencial de regeneração. Primeiro saber essa decisão clinica do diagnostico pulpar.
Distinção entre dor dentinária e pulpar
-- Dor dentinária – aguda lancinante e localizada, provocada por estímulo (frio, quente, açúcar, ácido).
-- Dor pulpar – advém lentamente, é pulsátil e difusa, aumenta com o paciente em decúbito, espontâneo.
Técnica
Remoção parcial de cárie deixando dentina cariada afetada/interna; aplicação de cimento de hidróxido de cálcio se não tiver o cimento pode ser o pó também; colocação de restauração provisória (CIV ou OZE); Radiografar; Radiografar e reabertura após 45-60 dias; remoção total da cárie e forramento finalizando com a restauração definitiva.

Qual a diferença entre o trat. expectante e a proteção pulpar indireta?
Na proteção pulpar indireta você não vai tentar remineralizar e vai remover todo tecido cariado, no expectante você não removeu toda a cárie, você tentou remineralizar sendo feito em duas etapas, enquanto,  proteção pulpar indireta vai fazer em uma sessão.
Proteção do complexo dentino pulpar
Cavidade rasa – tratamento conservador, sist. adesivo e resina.
Cavidade média – mesma coisa.
Cavidade profunda – dependendo da relação com a polpa fazer só hibridização ou colocação de ionômero de vidro + sist. Adesivo + restauração.
Cavidade bastante profunda – menos de meio milímetro cimento de hidróxido de cálcio + ionômero de vidro + sist. Adesivo + restauração.
Exposição pulpar – fazer capeamento pulpar direto.
Outros dois tratamentos conservadores da polpa
Curetagem pulpar você tem lesão de cárie e essa lesão já está expondo a polpa, mas as características são de pulpite reversível.
Exposição pulpar em condições favoráveis; ampliação do orifício, em seguida remoção da polpa (1,5mm); lavagem com soro fisiológico ou água de Cal; hemostasia; corticoide (OSTOPORIN) 10 a 15 min; aplicação do hidróxido de cálcio PA; cimento de hidróxido de cálcio; ionômero de vidro e restauração.
Qual a diferença entre a curetagem e proteção pulpar direta? Na curetagem tem a remoção parcial da polpa e na prot. Pulpar direta não.
Pulpotomia vai fazer também uma proteção pulpar, só que tem um grau maior de degeneração. E porque vai fazer pulpotomia e não pulpectomia? Porque muitas vezes o dente acabou de erupcionar e a rizogênese dele ainda não está completa, então se for feito pulpectomia e retirar aquela polpa o ápice pode não se formar totalmente. Então tentamos um tratamento de manter a polpa radicular pra que haja rizogênese completa e depois se não deu certo com a raiz completa pode fazer pulpectomia total e tratar canal. Pulpotomia é muito utilizada em pacientes jovens que a raiz ainda não esta completa.
Técnica
Remoção do teto da câmara pulpar; excisão da polpa coronária e 0,5 mm da entrada dos canais; lavagem; hemostasia; aplicação corticoide; aplicação do hidróxido de cálcio PA; cimento de hidróxido de cálcio; ionômero de vidro e restauração.
Indicação de pulpotomia
Favoráveis
·         Sangramento normal, cor vermelho vivo.
·         Polpa consistente ao corte pastosa
·         Coroa dentária com paredes
Desfavoráveis
Justamente o contrário
·         Sangramento ausente ou escuro.
·         Com processo inflamatório avançado
·         Polpa de consistência degradável, quase liquefeita.
·         Grande destruição coronária
Dentina Cariada: Quando não removê-la.
ü  Órgão dental capaz de sofrer reparo – Total Cicatrização
ü  Reparo Celular
ü  Cicatrização
ü  Dor-Estimulo da Polpa
Resposta Imunológica
O órgão dental é capaz de sofrer reparo?
ü  Esmalte remineraliza – Processo físico-químico – mancha branca.
ü  Dentina Remineraliza – Processo Biológico – Esclerose dentinária, reparo pulpar.
ü  Polpa se recupera – De um processo inflamatório de baixa intensidade (por exemplo contato pré-maturo)

Histologia do complexo dentino-pulpar
ü  Polpa: Tec. Conjuntivo frouxo (facilidade de metabolismo, troca de metabolitos, entre as células, não tem fibras presentes), espaço entre célula, zona rica em células, zona acelular, zona de diferenciação, tec. da pré-dentina (rica em proteína). O contato estimula a diminuição da câmara pulpar.
ü  Especializada
ü  Alta capacidade de reparo (funções)
ü  Aprisionada por paredes rígidas

Fibras N. Delta C
Prolongamento Dentinário
Mecanismo de Defesa de Defesa/Reparo

Fraturas
Dentina Exposta
1* Sensibilidade Dentinária
ü  Osmose pH baixo
ü  Frio
ü  Calor
ü  pH baixo

2* Mineralização
ü  Esclerose dentinária (fisiológica) acontece durante toda a vida do dente.
ü 
Lesão
Dentina Terciária
Câmara Pulpar
Dentina esclerosa
Dentina terciaria (esclerose dentinária patológica) acontece frente alguma agressão ou estimulo.





3* Inflamação Aguda Crônica
ü  RESPOSTA CELULAR (Fagocitose Bacteriana)
ü  SISTEMA CIRCULATÓRIO, faz com que haja células de defesa na área, caso do corpo estranho, ele é fagocitado e excretado (excreção)

Acumulo bacteriano
Ácidos orgânicos
Desmineralização
> Permeabilidade
Aumenta a Difusão dos Agressores para polpa
Reversível ou Irreversível
Resposta inflamatória
                         Injúria Pulpar






Carie Dental
- O dano irreversível a polpa é um evento muito tardio no processo carioso mesmo se a destruição for grande e profunda.
- A polpa tende a ser normal sob uma lesão cariosa paralisada antiga, mesmo se a destruição for grande e profunda.
- As alterações patológicas são insignificantes quando a distância entre o fronte bacteriano (fundo da cavidade) e a polpa é de 1 mm ou mais.
Dentina cariada Superficial ou externa (INFECTADA): (prova 2014/1)
·         Irreversivelmente desnaturada (PODRE)
·         Não remineralizavel
·         Muito infectada
·         Não sensível e Morta

Dentina cariada profunda (AFETADA), Não sofreu desnaturação das fibras colágenas (parte proteica do tecido), parcialmente afetada, sensível e vital: (prova 2014/1)

·         Reversivelmente desnaturada
·         Remineralizável
·         Pouco infectada
·         Sensível e vital

Dentina cariada ativa = Úmida, aspecto de lama, esbranquiçada opaco.
Dentina cariada inativa = Dura, escurecida, irregular

Sinais e sintomas

Exame Radiográfico
#HIPEREMIA
# INFLAMAÇÃO IRREVERSÍVEL DA POLPA
- Ausência de lesão periapical
+ Pode apresentar lesão apical
- Pode apresentar espessamento do ligamento periodontal
+ Espessamento do ligamento periodontal
- Presença de remanescente sob lesão cariosa (Tem dentina em baixo da lesão)
+ Lesão cariosa profunda sem remanescente de dentina visível (o escuro da dentina se comunica com o escuro da câmara pulpar)
Dor (sintomatologia)
Dor dentinária
Dor Pulpar
- Provocada
+ Espontânea
- Interrompe com a remoção do estimulo
+ Não passa com remoção do estimulo
- Curta duração
+ Continua e pulsátil
- Analgésicos eficazes
+ Analgésicos não eficazes
Exames de tecidos moles
- Ausência de fistulas ou abcessos relacionados ao dente
+ Presença de fistulas ou abcessos relacionados ao dente
- Ausência de dor a palpação
+ Presença de dor a palpação
Exames de Percussão
- Pode não apresentar a dor a percussão vertical.
+ Pode ou não apresentar dor a percussão vertical.

+ Lesão periapical aguda
* Obs: Também quando positivo pode ser pericementite, que é uma condição reversível, talvez ocasionada por um contato pre-maturo. Inicialmente hiperemia, mas pode evoluir para uma inflamação

# HIPEREMIA
# INFLAMAÇÃO IRREVERSÍVEL DA POLPA
- Sangramento (quando exposta), tratamento pulpotomia.
+ Sangramento (quando exposto), tratamento endodôntico
- Vermelho vivo.
+ Amarelado, seroso ou escuro (vinho tinto)
- Hemostasia controlada (água de cal, Ca(OH)2 P.A.
+Quando ausente, Necrosado
+ Quando abundante, difícil controle da hemostasia.
- Polpa consistente ao corte
+ Polpa degrada facilmente

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