segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Patologia das glândulas salivares

 

1 Mucocele 

Tumefação mole flutuante sobre epitélio de mucosa advinda de um acumulo de muco. 

Causa: ocorre devido ao desvio do ducto (trauma) comum em lábio inferior (em glândulas salivares menores); 

Tratamento: remoção cirúrgica (com margem de segurança – remoção das glândulas ao redor) 

Pode acometer glândula salivar maior (sub mandibular) em assoalho de boca – característica de rânula; tratamento: cirúrgico – deve-se fazer marsupialização (abrir a lesão, descomprimir a lesão); 

Caso se perca uma das glândulas maiores as outras vão suprir a falta; 

Produz cerca de um litro de saliva por dia sem estimulação; 

Se a saliva estiver em tecido conjuntivo o organismo entende como inimigo acontecendo o processo inflamatório; 

HP: infiltrado inflamatório em meio a muco, ductos salivares dilatados, predominância de linfócitos, alguns vasos congestos, presença de macrófagos (istiócitos ou Mucífaros) 

Quando acontece um trauma na região do ducto o epitélio acaba proliferando e fechando, acumulando muco dentro do túbulo, formando um cisto verdadeiro do tipo mucoso; 

 

 

2 Sialolitiase: 

É o cálculo salivar que pode acometer as glândulas salivares 

Acomete geralmente adultos (4º e 5º dec. de vida); 

O cálculo salivar vai acometer mais frequentemente glândula salivar maior; + em G. sub mandibular (72%) devido ao trajeto tortuoso do túbulo dessa glândula tendo que vencer a força da gravidade para excretar a saliva, além disso sua saliva é mais viscosa; 

O cálculo salivar vai se formando através de materiais sólidos, retos de células de epitélio descamando, proteínas, cálcio; 

O cálculo (sialólito) interrompe o trajeto do ducto, e, quando o paciente  se alimentar  a glândula sub mandibular vai produzir saliva, como não há saída devido ao entupimento, a saliva vai se acumular dentro do ducto da glândula ocasionando uma tumefação e dor na área; 

Diagnóstico: movimento em ordenha; 

Sintomático 

Aumento de vol. da região que se exacerba nas refeições; 

Para se fechar o diagnóstico pose se pedir uma radiografia oclusal (estrutura radiopaca suspensa no local de tecido mole), mas nem sempre vai ser possível observar um cálculo salivar em radiografia oclusal, devido ao nível de calcificação (caso seja baixo); 

Outros exames de imagens podem ser úteis como os métodos de contrastes para se observar o trajeto do ducto (ductos dilatados); ou ultra som; 

Tratamento: remover o cálculo o que pode significar a remoção da glândula; pode se fazer o movimento de ordenha para tentar expulsar o cálculo (pouco efetivo); 

 

 

3 Sialadenite Esclerosante  Crônica 

Advém de processo inflamatório crônico (persistente) que inicia a destruição acinar e substituição por Fibrose; 

Glândula submandibular + comum; muito relacionada com trauma persistente, compressão, obstrução, infecção crônica, ou em pacientes que fizeram tratamento de  rádio terapia; 

 

HP: Mar de linfócitos, ductos hiperplásicos dilatados; ausência de ácinos, áreas claras (tecido conjuntivo circundando o ducto); 

 

4 Sialometaplasia necrosante 

 

Condição benigna causada de maneira comum por traumas; 

Trauma no palato: tratamento ortopédico fora de época (disjunção palaina) que pode comprimir artérias ocasionando uma isquemia prolongada e a células do palato morrem junto com glândulas salivares ocasionando uma ulcera; anestesia local que cause isquemia além da conta causando infarto de célula e glândula salivar e o reflexo também será uma ulcera. 

Ulcera extensão com bordas elevadas com centro necróticos; lembrando carcinoma epinocelular; 

HP: zonas de necrose coagulativa, hiperplasia de tec.ep.salivar; metaplasia de tec. ductal cubóide para tec. Escamoso; presença de neutrótilos e também de macrófagoos 

 

5 Síndrome de Sjogren 

Doença auto-imune que acomete mais mulhres (meia idade) apresentando um trinômio clínico clássico: xerostomia, secura ocular e secura varginal; isso  por que acomete glândulas exócrinas; o corpo deixa de reconhecer essas glândulas produzindo auto anticorpos para estruturas dessas glândulas; 

Pode ser primaria ou secundária: 

Primaria: sem associação sistêmica 

Secundária: outra doença auto imune associada 

Clinicamente: Tumefação persistente de glândulas salivares maiores (de maneira clássica a parótida); 

 Indolor; 

Períodos de remissão 

Diagnóstico: 

 função lacrimal (teste de schimer); função salivar (sialometria não induzida); 

Exames Imagem para observar a destruição da glândula (sialografia, ressonância magnética T computadorizada 

Sialografia para avaliar a perda acinar; 

HP: zona de proliferação linfocitária sobre ductos dilatados; infiltrado inflamatório, hiperplasia, perda da arquitetura acinar; 

Tratamento sintomático; 

Predisposição p linfoma 

 

6 Adema pleomorfico 

 

Tumor benigno + comum (60%) de glândula salivar; 

Geralmente quando se apresenta em G. salivar maior se apresenta mais  em sub mandibular (50%); 

Quando em G. salivar menor, se apresenta de maneira clássica no palato, lábio superior e mucosa jugal; 

Pleomórfico: diferentes apresentações a partir de diferentes linhagens de células; de maneira clássica encontra-se dois tipos de células neoplásicas: origem epitelial ou mioelpitelial que podem sofrer  transformação neoplássica; 

Característica clinicas: indivíduos entre 30 e 50 anos; e a cada três vezes que se vê um Adenoma Pleomófico dois serão em mulheres; 

Crescimento lento e bem delimitada; 

Mole e ligeiramente firme 

Essa lesão apresenta lobolos em estágio mais avançado; 

HP: células epiteliais, células mio epiteliais neoplásicas; 

Tratamento: remoção cirúrgica; 

 

7 Oncocitoma 

É um tumor benigno comum padrão histológico monótono formado de neoplásicas oncocíticas; com apenas um componente celular monomórfico (só uma forma) 

Acomete de maneira comum a G. parótida; 

Acomete mais mulheres e idosos (8 década de vida); 

Localização: tumefação na região de parótida abaixo do pavilhão auricular; 

Crescimento lento, palpação mole porém firme; 

HP: células eusinofícas bem coradas cubóides ou poligonais, núcleo centralizada, pequenos aglomenrados de vazos sanguíneos, pequeno estroma; 

Tratamento: Remoção da lesão; cirúrgico 

 

8 Carcinoma muco epidermóide: 

Pode acometer qualquer fase da vida; 

Prevalência  pelo  sexo feminino (em 3º e  7º década de vida) : área retromolar 

A Parótida é mais acometida 

20% em região de palato em G. salivar menor;  

Em seu início lesões moles e móveis se for de baixo grau de malignidade (bem diferenciado);  

Começa com uma elevação da mucosa bucal e com a evolução da lesão ela tente a formar uma úlcera; 

Cerca de 4% das lesões podem apresentar um padrão intraósseo; 

HP: Vai apresentar dois componentes: um rugoso que produz muco (células neoplásicas); e associado a esse padrão tem uma proliferação de células escamosas; 

Nenhum comentário:

Postar um comentário